Os raios-X foram descobertos em 1895 e rapidamente seu uso na medicina foi disseminado pelo mundo. Surgia aí a modalidade Radiologia, que em seguida se transformou em especialidade médica e que depois viria a ser conhecida por Diagnóstico por Imagem (afinal, outros métodos além da radiologia propriamente dita surgiram, como a ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética).
Uma das especialidades médicas que mais se beneficiou com a invenção dos raios-x e as radiografias foi, sem dúvida, a ortopedia e a traumatologia. Coincidentemente, a primeira imagem radiográfica foi ortopédica: a mão da mulher do descobridor dos raios-X, Wilhelm C. Röntgen.
Tão logo surgiram, as radiografias passaram a ser utilizadas na ortopedia para o diagnóstico das várias lesões do sistema músculo-esquelético. Apesar de o esporte não ser tão difundido como é hoje, é bem capaz que radiografias ajudaram também os atletas do fim do século XIX. Hoje, temos a radiografia digital, que utiliza os mesmos raios-X das radiografias originais, mas que, por ser informação digital, pode ser processada, alterada, transmitida e impressa eletronicamente, de uma forma aperfeiçoada em relação às radiografias convencionais.
As radiografias ainda são muito utilizadas na prática médica, especialmente na medicina esportiva. Geralmente são os primeiros exames solicitados na suspeita de uma lesão num atleta.
Naturalmente, todos os métodos de diagnóstico por imagem têm suas limitações diagnósticas e as radiografias não são exceção. Mas elas são excelentes na pesquisa de lesões ósseas, sejam elas traumáticas (fraturas, etc) ou degenerativas (osteoartrose), inflamatórias ou de causa reumatológica (artrites), tumorais, infecciosas, etc.
Alterações ósseas são geralmente demonstradas nas radiografias. Mas as radiografias não "mostram" apenas os ossos. Ainda que outras estruturas não ósseas sejam radiolucentes ("transparentes") aos raios-X, as radiografias podem também diagnosticar, indiretamente ou parcialmente, alterações nos tendões, músculos e ligamentos, cartilagem articular (por alargamento ou redução dos espaços articulares). Estas estruturas podem, sim, apresentar alguma alteração detectável radiograficamente, e não raramante, estas alterações permitem um diagnóstico bastante preciso. Dessa forma, é necessário que o radiologista esteja atento a toda a área abrangida na radiografia, para não deixar passar nenhum detalhe e, portanto, nenhum diagnóstico.
Em caso de dor e/ou suspeita de uma determinada lesão no atleta, médicos do esporte e ortopedistas geralmente solicitam este exame. As radiografias podem ser úteis na avaliação de praticamente qualquer região do corpo: coluna vertebral, bacia, quadris, joelho, pé e tornozelo, ombro, cotovelo, etc, etc.
As informações obtidas pelas radiografias podem ser as mais variadas possíveis. O diagnóstico radiológico obtido será correlacionado pelo médico solicitante com os dados de história clínica e de exame físico para chegar a um diagnóstico definitivo.
Algumas lesões são mais frequentemente diagnosticadas pelas radiografias em se tratando de medicina esportiva. Dentre as lesões agudas podemos destacar as fraturas e as lesões ligamentares (quando diagnosticadas pela técnica radiográfica de "radiografia sob estresse"). Dentre as crônicas, podemos destacar as alterações degenerativas, como osteoartrose, e também lesões osteocondrais, fratura por estresse, entesopatias ("esporões"), tendinopatias crônicas ("tendinites").
Não raramente, o radiologista diagnostica lesões incomuns em atletas. As radiografias podem revelar tumores ósseos, infecções. Ou seja, apesar de atleta, o paciente pode apresentar uma lesão ou doença não relacionada ao esporte, e sim a uma doença sistêmica de base. É fundamental o radiologista e o médico do paciente estarem atentos também a estas possibilidades.
Outro ponto que precisa ser destacado é o fato de as radiografias não serem um método de imagem de escolha para o diagnóstico definitivo de lesões em meniscos e outras fibrocartilagens, ligamentos, tendões e músculos.
Passaram mais de 100 anos e as boas e velhas radiografias continuam importantes nos diagnóstico por imagem nas lesões nos esportes. É fato que exames maravilhosos surgiram depois: a ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, mas as radiografias continuarão a ter um papel fundamental na medicina esportiva.
*Dr. Milton Miszputen é radiologista músculo-esquelético especializado em lesões nos esportes e autor do site: www.radiologiadoesporte.com.br
Contato: radiologia@milton.com.br
Uma das especialidades médicas que mais se beneficiou com a invenção dos raios-x e as radiografias foi, sem dúvida, a ortopedia e a traumatologia. Coincidentemente, a primeira imagem radiográfica foi ortopédica: a mão da mulher do descobridor dos raios-X, Wilhelm C. Röntgen.
Tão logo surgiram, as radiografias passaram a ser utilizadas na ortopedia para o diagnóstico das várias lesões do sistema músculo-esquelético. Apesar de o esporte não ser tão difundido como é hoje, é bem capaz que radiografias ajudaram também os atletas do fim do século XIX. Hoje, temos a radiografia digital, que utiliza os mesmos raios-X das radiografias originais, mas que, por ser informação digital, pode ser processada, alterada, transmitida e impressa eletronicamente, de uma forma aperfeiçoada em relação às radiografias convencionais.
As radiografias ainda são muito utilizadas na prática médica, especialmente na medicina esportiva. Geralmente são os primeiros exames solicitados na suspeita de uma lesão num atleta.
Naturalmente, todos os métodos de diagnóstico por imagem têm suas limitações diagnósticas e as radiografias não são exceção. Mas elas são excelentes na pesquisa de lesões ósseas, sejam elas traumáticas (fraturas, etc) ou degenerativas (osteoartrose), inflamatórias ou de causa reumatológica (artrites), tumorais, infecciosas, etc.
Alterações ósseas são geralmente demonstradas nas radiografias. Mas as radiografias não "mostram" apenas os ossos. Ainda que outras estruturas não ósseas sejam radiolucentes ("transparentes") aos raios-X, as radiografias podem também diagnosticar, indiretamente ou parcialmente, alterações nos tendões, músculos e ligamentos, cartilagem articular (por alargamento ou redução dos espaços articulares). Estas estruturas podem, sim, apresentar alguma alteração detectável radiograficamente, e não raramante, estas alterações permitem um diagnóstico bastante preciso. Dessa forma, é necessário que o radiologista esteja atento a toda a área abrangida na radiografia, para não deixar passar nenhum detalhe e, portanto, nenhum diagnóstico.
Em caso de dor e/ou suspeita de uma determinada lesão no atleta, médicos do esporte e ortopedistas geralmente solicitam este exame. As radiografias podem ser úteis na avaliação de praticamente qualquer região do corpo: coluna vertebral, bacia, quadris, joelho, pé e tornozelo, ombro, cotovelo, etc, etc.
As informações obtidas pelas radiografias podem ser as mais variadas possíveis. O diagnóstico radiológico obtido será correlacionado pelo médico solicitante com os dados de história clínica e de exame físico para chegar a um diagnóstico definitivo.
Algumas lesões são mais frequentemente diagnosticadas pelas radiografias em se tratando de medicina esportiva. Dentre as lesões agudas podemos destacar as fraturas e as lesões ligamentares (quando diagnosticadas pela técnica radiográfica de "radiografia sob estresse"). Dentre as crônicas, podemos destacar as alterações degenerativas, como osteoartrose, e também lesões osteocondrais, fratura por estresse, entesopatias ("esporões"), tendinopatias crônicas ("tendinites").
Não raramente, o radiologista diagnostica lesões incomuns em atletas. As radiografias podem revelar tumores ósseos, infecções. Ou seja, apesar de atleta, o paciente pode apresentar uma lesão ou doença não relacionada ao esporte, e sim a uma doença sistêmica de base. É fundamental o radiologista e o médico do paciente estarem atentos também a estas possibilidades.
Outro ponto que precisa ser destacado é o fato de as radiografias não serem um método de imagem de escolha para o diagnóstico definitivo de lesões em meniscos e outras fibrocartilagens, ligamentos, tendões e músculos.
Passaram mais de 100 anos e as boas e velhas radiografias continuam importantes nos diagnóstico por imagem nas lesões nos esportes. É fato que exames maravilhosos surgiram depois: a ultra-sonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética, mas as radiografias continuarão a ter um papel fundamental na medicina esportiva.
*Dr. Milton Miszputen é radiologista músculo-esquelético especializado em lesões nos esportes e autor do site: www.radiologiadoesporte.com.br
Contato: radiologia@milton.com.br
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