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terça-feira, 29 de setembro de 2015

Massagem desportiva para tenistas



As lesões musculares fazem parte do cotidiano do tenista, por isso ele precisa conhecer os procedimentos específicos de prevenção e tratamento para cada músculo do corpo
ÀS VEZES, O QUE PARECE FAVORÁVEL e encaminhado para um final feliz em uma partida de tênis desvia-se da rota em um piscar de olhos e as causas podem ser as mais variadas e de distintas naturezas. Em muitas situações, o bom nível do atleta acaba comprometido por uma esticada a mais numa bola que, talvez, nem precisasse de tanto esforço ou pela falta de um alongamento antes de entrar em quadra e que, consequentemente, lhe força a chamar o “fisio” já no começo do jogo.
Como já é comprovado, infelizmente, as lesões musculares são fatores extremamente comuns no tênis e representam 23,8% do total de contusões no Brasil. Os músculos mais acometidos são os isquiotibiais (posterior da coxa), seguido do quadríceps (anterior da coxa), tríceps sural (panturrilha) e o abdômen.

Classificação

De maneira geral, as lesões musculares podem ser classificadas da seguinte maneira:
A. Contratura muscular
De característica mais localizada e sem ruptura de fibras musculares, esse tipo de lesão muscular pode ocorrer devido a uma sobrecarga de contração, porém ainda não sendo determinante para causar rompimentos de fibras.
B. Estiramento
Esse tipo de lesão pode ocorrer de duas formas: a primeira quando um ventre muscular sofre um estímulo de alongamento excessivo e acima da sua capacidade, e a segunda quando há uma contração muscular muito forte, geralmente para desacelerar o movimento (contração do tipo excêntrica). Esse tipo de lesão pode causar uma tensão elevada na região acometida, além de dores, edemas e hematomas. No tênis, isso pode ocorrer quando o jogador tenta se esticar para alcançar uma bola com as pernas em grande abertura (“espacate” se comparado ao movimento da ginástica artística) ou quando ele está freando um movimento de grande explosão.
C. Distensão muscular
Há uma ruptura parcial do músculo causada por uma contração muscular de alta intensidade durante uma posição de alongamento. A panturrilha é o local mais comum dessa lesão, e a resposta do corpo pode ser uma dor intensa, além de perda da função muscular e hematomas. Alguns indivíduos que sofrem esse tipo de lesão relatam a sensação de ter levado uma pedrada no local, o chamado “sinal da pedrada”.
D. Contusão muscular
Ela aparece com mais frequência nos esportes de contato decorrente de um trauma direto, e é caracterizada por dores, edemas, hematoma discreto, sem contar a limitação de mobilidade e a redução de força. De acordo com a energia gerada pela pancada, os danos musculares podem ser mais brandos ou mais graves. A contusão mais comum é na lateral da coxa, a chamada “paulistinha”.
E. Ruptura muscular
Tipo mais severo, no qual há o rompimento completo das fibras musculares ou de grande parte delas, causando a perda completa da função muscular. Pode ser vista a olho nu ou o atleta sente a descontinuidade das fibras durante a palpação, e também a presença de hematomas e inchaços.

O que explica a lesão muscular?

As causas das lesões musculares vêm sendo muito discutidas no meio cientifico e estudos mostram os fatores que podem aumentar o seu risco. Indivíduos com idade mais elevada apresentam redução de massa muscular e da capacidade de gerar força e resistência, deixando o grupo muscular mais suscetível a lesões.
Outro fator é o desequilíbrio de força entre grupos musculares que se opõem, como o quadríceps, que tem uma ação contrária ao músculo isquiotibiais. Consequentemente, um desequilíbrio de forças entre esses dois músculos é considerado um fator de risco para a contusão.
Em um trabalho mais antigo, reparou-se que a maioria das lesões ocorre no começo ou no fim dos treinos e jogos, concluindo que o aquecimento inadequado e a fadiga podem favorecer o aparecimento do problema. A fadiga provoca um comprometimento da capacidade de contração, reduzindo a função e aumentando a sobrecarga. Já o aquecimento inadequado não promove o estímulo necessário que o músculo irá receber durante a atividade intensa.

Tratamento

No tratamento imediato para a lesão muscular, é necessário realizar a elevação da região acometida (principalmente em membros inferiores), a compressão com bandagens para a drenagem de edemas e hematomas e, finalmente, a aplicação de gelo no local nas primeiras 72 horas.
Após a fase aguda, o protocolo de tratamento será elaborado de acordo com a gravidade da lesão, podendo variar de quatro a 12 semanas de recuperação. Inicialmente, são realizados trabalhos de alívio de dor e de reorganização do tecido lesado, acelerando a cicatrização. Posteriormente, começa-se o trabalho de fortalecimento muscular, realizado gradativamente e respeitando as limitações de dor e força. Na fase final da reabilitação, quando o jogador já não apresenta mais dores e sua força muscular está adequada, inicia-se o trabalho de retorno ao esporte, com exercícios de explosão, mudanças de direção, saltos e gestos esportivos.

Diminuição dos riscos

Como se sabe, o preparo físico se tornou um aspecto que não deve ser deixado de lado na rotina do tenista, principalmente pela maratona de jogos ao longo do circuito aliada a várias horas do dia reservadas para a preparação pré-jogo. Por isso, o atleta precisa fazer um trabalho específico paralelamente aos treinos e jogos com o objetivo de diminuir os riscos de lesão muscular. Dentre as atividades de prevenção, podemos citar:
1    Aquecimento: antes de qualquer jogo ou treino, o indivíduo deve realizar um aquecimento adequado e específico para o esporte, por exemplo exercícios de elásticos para os braços, trotes e “tiros” para as pernas, além de exercícios abdominais. A reprodução do gesto esportivo no aquecimento, com intensidade baixa, é de suma importância, porque os músculos são informados sobre quais movimentos terão que realizar durante um longo período de exercício.
2    Alongamento: atualmente, pesquisas não têm mostrado a eficácia do alongamento antes do exercício como prevenção da lesão. No entanto, já se sabe que alongamentos leves após o exercício podem auxiliar na evolução da força. De qualquer forma, se o indivíduo já realiza o alongamento antes de treinos e jogos, isso pode ser mantido como uma forma de rotina e concentração.
3    Recuperação: logo após um jogo ou treino intenso, a imersão em banheira com água + gelo* ou técnicas de massagem favorecem à recuperação muscular, diminuindo as dores pós-exercício e também o período de fadiga muscular. Sendo assim, o músculo recuperado precocemente estará apto a receber uma nova carga de exercícios. As técnicas de massagem que mais auxiliam na recuperação do atleta são a esportiva, realizada com intensidade mais forte, e a criomassagem, feita com gelo.
*Cuidado: o banho de imersão em gelo deve ser aplicado entre 8 e 12 minutos, e a temperatura da água não pode estar abaixo de 10ºC.
4    Preparação física: sem dúvida, esse é o quesito mais importante para se reduzir o risco de lesões musculares e deve estar sempre associado à prática esportiva. A maioria das lesões musculares ocorre durante a desaceleração do movimento ou do gesto esportivo, ou seja, ao longo da contração excêntrica do músculo. Assim, durante o trabalho de melhora de força, resistência e potência muscular, os exercícios excêntricos devem estar inclusos.


Referências Bibliográficas:


Cohen et al. 2002; Mueller-Wohlfahrt H-W, et al. Br J Sports Med 2013; Gabbe, et al. Br J Sports Med 2005; Gabbe, et al. Br J Sports Med 2006; Croiser, et al. Am J Sports Med 2008; Dorman et al. 1971; Fu et al. 1999; Safran et al. 1988; Pope et al. 2000.


segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Massagem:Terapêutica/Relaxante


Excelente pós-exercícios, elimina o líquido extra-vascular causador de câimbras e fadigas muscular.
Entre outros.

domingo, 27 de setembro de 2015

A massagem relaxante está liberada para todas as modalidades de esporte



Quem pratica exercícios físicos pode ter uma grande aliada na prevenção de lesões. 

A Massagem Desportiva ajuda a melhorar a circulação sanguínea para eliminar toxinas acumuladas na musculatura durante as atividades e beneficia tanto os atletas profissionais quanto os amadores.

Basta saber do que o corpo realmente precisa antes ou depois da prática física: cada esporte requer um trabalho de massagem diferente. Em modalidades de contato físico, como futebol e lutas, não é recomendado promover o relaxamento antes de entrar em campo ou no octógono, por exemplo, pois o cérebro emitirá uma mensagem para o músculo descansar - o que pode ocasionar contraturas durante a atividade. A intenção, portanto, deve ser tonificar os músculos e não relaxá-los.
Depois dos exercícios físicos, a massagem relaxante está liberada para todas as modalidades de esporte. Além de auxiliar no descanso muscular, promove o bem-estar psicológico e indica que o coração não precisa mais seguir no ritmo em que estava durante a atividade.

sábado, 26 de setembro de 2015

Recuperação pós-jogo para futebolistas

   

Considerando que a competitividade esportiva vem se tornando cada vez mais acirrada em consonância com as evoluções tecnológicas e metodológicas do treinamento desportivo, estratégias que possibilitem a recuperação do atleta tornam-se cada vez mais necessárias.
    
No caso dos futebolistas, cabe destacar que o tempo de intervalo entre uma partida e outra também vem sofrendo alterações, tornando os intervalos cada vez menores. A remoção do ácido lático bem como a preservação dos componentes osteo-músculo tendinosos são possibilitado graças a algumas técnicas recuperativas. Estes artifícios atenuam as dores musculares, aceleram no processo recuperativo, além de auxiliar no relaxamento do atleta.
    
O presente estudo visa fazer uma rápida compilação das técnicas mais comuns usadas na recuperação de futebolistas, destacando-se as sessões de alongamento, o trote; a massoterapia; a hidroterapia e hidroginástica e por fim a crioterapia.

Estratégias de recuperação
    O trabalho de recuperação é tão importante quanto o próprio treinamento, devendo este ser previsto como uma unidade do mesmo (SANT'ANNA e ÁVILA (2006). Devido à exigência do calendário competitivo, muitas vezes organizados de maneira até negligente, alguns atletas são submetidos a uma carga de jogo muito superior ao seu limite, provocando lesões e diversos outros malefícios. Em função disso, é muito comum alguns clubes lançarem mão de técnicas que, quando bem executadas, conseguem antecipar o período de recuperação e até mesmo evitar futuras lesões.
    
Uma das estratégias mais usadas, inclusive antes dos jogos são os alongamentos. Segundo Almeida e Jabur (2006) alongamento é o termo usado para descrever os exercícios físicos que aumentam o comprimento das estruturas constituídas de tecidos moles e, conseqüentemente, a flexibilidade.
    
Os alongamentos dentre os inúmeros efeitos positivos que possuem podem auxiliar na recuperação de dores musculares ocasionadas por micro lesões e acúmulo de ácido lático (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Além do mais, pode-se obter com os alongamentos a relaxação muscular, a redução de lesões de origem músculo-tendinosas, a melhor circulação sanguínea, dentro outros efeitos (GENNARI, 2002). Di Alencar e Matias (2010)ao verificarem a realização de alongamentos antes do exercício identificaram uma diminuição no pico de potência e de torque. Isso sugere que as dinâmicas de alongamento sejam diferentes antes e depois dos exercícios, mas mais pesquisas devem ser realizadas sobre esta temática.
    
Segundo Sant’Anna e Ávila (2006), o trote é uma corrida de baixa intensidade que auxilia na remoção do acúmulo do ácido lático. Geralmente o trote tem intensidade equivalente a uma freqüência cardíaca inferior a 20 batimentos por minuto da freqüência cardíaca de limiar. Casarin e Esteves (2010), entretanto, sugerem que em vez de trotes a recuperação regenerativa deve focar em atividades de treinamento mais direcionadas.
    
Indispensável em clubes profissionais de futebol a massoterapia antigamente era realizada exclusivamente por massagistas, que através de técnicas manuais propiciavam aos atletas o relaxamento e a recuperação do esforço exercido durante o jogo ou treinamento. Hoje esse trabalho normalmente é feito por fisioterapeutas com especialização em massoterapia, ou simplesmente técnicos em massoterapia.
    
A importância da massagem é ainda mais evidenciada quando o time esta passando por uma época de pré-temporada e inter temporada, quando ocorre grande desgaste muscular localizado nos atletas (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Vale lembrar que o massagista e/ou massoterapeuta deve ter conhecimento e experiência para que ao invés de gerar melhoras, prejudique ainda mais a condição do atleta. Lopes et al.(2009) realizaram um estudo com o objetivo de verificar a remoção de lactato após uma sessão de treinamento anaeróbico, dividindo uma amostra de 10 indivíduos em grupo controle e grupo intervenção. O grupo intervenção recebeu massagem terapêutica por 10 minutos após o treinamento e verificou-se que não houve diferença significativa na remoção de lactato, entretanto verificou-se uma diferença de 18,7%. Talvez o tamanho reduzido da amostra possa ter tirado a significância do método.
    
A hidroterapia também é uma técnica bastante usada. Segundo Ruoti, Morris e Cole (2000), a finalidade de diminuir a carga sobre as articulações é diminuir ou anular quaisquer forças que possam interferir em um objetivo final. Na reabilitação de um atleta, as estruturas que serão beneficiadas são a cartilagem articular e os ossos cortical e esponjoso, bem como os ligamentos e unidades músculo-tendíneas que os protegem do torque excessivo e de forças lesivas.
    
Ruoti, Morris e Cole (2000) dizem ainda que o meio aquático oferece a oportunidade para prevenir e reabilitar lesões de maneira segura e funcional ao atleta. Assim ainda é possível reduzir ao mínimo a lesão e o tempo de recuperação. Isso se torna possível, pois a pressão hidrostática proporcionada pela água fornece suporte à extremidade inferior e aumento do feedback proprioceptivo. Com isso é possível um melhor controle das forças de reação de solo embora forças de cisalhamento e de compressão ainda possam surgir. De qualquer forma, o tratamento é muito mais seguro. Esta técnica consiste em uma modalidade de fisioterapia, e compreende exercícios, manipulações e mobilizações, a partir das propriedades físicas da água, particularmente empuxo (efeito de flutuação), pressão hidrostática e turbulência, assim como a densidade substancialmente distinta daquela do ar. A eficácia do tratamento é plena quando a água é aquecida a uma temperatura agradável ao paciente, na faixa de 32 a 33°C (dependendo da temperatura exterior), propiciando um padrão de relaxamento neurológico, muscular e emocional. A utilização dos princípios físicos da água em conjunto com o calor da água são responsáveis pelas respostas fisiológicas ósteo-musculares (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000). Além das suas propriedades recuperativas, a hidroterapia ainda pode ser usada para o aprimoramento da condição cardiorrespiratória, flexibilidade, composição corporal, resistência e força muscular (BAPTISTA, 2008).
    
Segundo Campion (2000)entende-se por hidroterapia o tratamento pela água sob suas diversas formas e a temperaturas váriáveis. A água é um dos meios de cura, um veículo de calor ou frio para o corpo. Pode induzir processos em nível de sistema nervoso, sistema circulatório e ainda produzindo efeitos sobre a regularização do calor corporal. As reações da aplicação da água são portanto, três: nervosa, circulatória e térmica. O uso da água no tratamento de patologias constitui uma prática antiga e que até hoje continua tendo diversas aplicações. O corpo como um todo, ou parte dele, pode ser tratado em programas de reabilitação. A patologia para qual é prescrita, determina o tipo de hidroterapia usada e seu método de aplicação (CAMPION, 2000). Os efeitos terapêuticos dos exercícios são, dentre outros, o alívio das dores e do espasmo muscular; o relaxamento; a manutenção ou o aumento da amplitude de movimentação das articulações; a redução de músculos paralisados; o fortalecimento dos músculos e o desenvolvimento de sua força e resistência; a melhora das atividades funcionais da marcha; o aumento da circulação sanguínea e o reforço da moral do paciente pelas atividades recreacionais proporcionando a ele confiança para alcançar máxima independência funcional (RUOTI; MORRIS; COLE, 2000).
    
A hidroginástica, assim como a Hidroterapia, também é realizada na piscina, auxiliando por sua vez na remoção do ácido lático. Dentre seus efeitos positivos, propicia o relaxamento e evita impacto e sobrecarga ao corpo do atleta (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Além dos seus efeitos fisiológicos, o fato de realizar trabalhos com os atletas em um ambiente diferenciado, faz com que os atletas se sintam mais motivados. Pelo fato do trabalho ser realizado no meio liquido, a recuperação de lesões ocasionadas na coluna, nos joelhos, e nos tornozelos se tornam mais fáceis de se tratar. Pode-se ainda realizar trabalhos de alongamento dentro da piscina, se beneficiando das vantagens dos dois (meio sem impacto e vantagens do alongamento).
   
 Outra vantagem é a possibilidade de descontração e ludicidade, através de jogos recreativos e exercícios de relaxamento (SANT’ANNA; ÁVILA, 2006). Para promoção de condicionamento físico, são realizadas atividades que se utilizam da resistência da água, de modo a recuperar o atleta acometido por lesão, principalmente nos membros inferiores. Para se evitar o contato excessivo com o solo da piscina, pode-se lançar mão de coletes e outros artifícios.
   
 Por fim, a crioterapia é uma técnica que consiste na imersão do atleta em um ambiente fechado (normalmente uma banheira), repleto de gelo, do quadril para baixo. A baixa temperatura proporcionada pelo gelo ocasiona a vasoconstrição, auxiliando na remoção do ácido lático, diminuição de dores musculares, e ainda um efeito analgésico e anti-inflamatório. Alves e Silva (2008) ainda acrescentam que quando o atleta resfria os músculos após os exercícios há uma reversão gradual da sua função normal, de modo que é facilitado o processo de eliminação de toxinas, tais quais a ureia e o ácido lático.
    
Normalmente o tempo em que o atleta fica nessas condições é de 10 a 15 minutos a uma temperatura aproximada de 10 a 15 graus centígrados. Para assegurar a temperatura, é necessário um termômetro e a verificação constante das “caixas de gelo”. Para evitar choque térmico, em alguns atletas é realizada uma adaptação em água fria antes. O primeiro Clube a utilizar-se dessa técnica, comprovadamente benéfica, foi o Clube Corinthians Paulista em 2002 (SANT'ANNA; ÁVILA, 2006). Freitas et al. (2006) ainda colocam que a crioterapia é utilizada não somente na recuperação mas também na melhora da performance.
Conclusões

    Conforme demonstrado acima, diversas são as possibilidades a serem usadas para a recuperação dos futebolistas após os jogos de futebol. Algumas delas exigem certo investimento, entretanto a maioria pode ser realizada por qualquer equipe, pois exigem apenas a experiência profissional de quem vai conduzir a técnica, seja um educador físico, um fisioterapeuta ou um massoterapeuta. Cabe lembrar que existem outras técnicas com mesma finalidade não mencionadas nesse artigo.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

DOR MUSCULAR TARDIA


Observada especialmente quando o individuo inicia uma atividade física ou reinicia atividades que praticou anteriormente. A dor e o desconforto são piores durante a contração muscular e durante o alongamento ativo. Geralmente iniciam-se algumas horas após o término das atividades, podem durar de 24 a 48 horas e não apresentam nenhuma história de trauma.
A dor muscular tardia está associada a exercícios excêntricos e a sobrecarga mecânica.
Alguns autores descrevem que a dor muscular tardia está associado à degradação do colágeno, à excreção urinária de hidroxiprolina e elevação dos níveis de mioglobina. Relatam também que a elevação de ácido láctico sérico não representa correlação com a dor muscular tardia.
Alongamento muscular e modalidades analgésicas massoterapêuticas podem provocar um alivio dos sintomas.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Massagem Desportiva



A massagem desportiva foi feita para relaxar, preparar e recuperar a musculatura para quem pratica exercícios físicos.

Melhora a circulação sanguínea e ajuda a eliminar as toxinas existentes na musculatura.

Existem diferenças entre a massagem relaxante e a desportiva. O principal objetivo da massagem relaxante é promover o relaxamento da musculatura tensa. A desportiva potencializa os resultados, sendo de intensidade maior, auxiliando no preparo pré e pós atividade física, auxiliando na eliminação do ácido lático.

Esta técnica é indicada tanto para amadores e profissionais e pode ser feita na pré e pós-competição. Ela é indicada para quando se tem uma lesão ou então para prevenir lesões.

Pode ser feito nos dias do treinamento ou em dias intercalados. Após competição serve para relaxar a musculatura que foi sobrecarregada devido às competições.

Benefícios:
Prepara e tonifica a musculatura para o exercício,
Auxílio na prevenção de lesões da musculatura e tendões,
Melhora na circulação sanguínea,
Estimula a produção de adrenalina,
Alivia as dores pós-treino, eliminando melhor as toxinas.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Massagem no esporte



Massagem é o conjunto de manipulações praticadas sobre o todo ou sobre parte de um organismo vivo, com intuitos terapêuticos ou higiênicos. 

Pode ser de duas espécies: 
1o) de preparação ou de manutenção 
Massagem de preparação geral, exigindo uma técnica perfeita, a par de conhecimentos aprofundados; toques, tapas, compressão das massas musculares. Logo antes da partida, tratamento curto e pouco profundo, destinado a aquecer a musculatura e a estimular o sistema nervoso. Cuidar que o jogador não sinta frio. No intervalo, massagem relaxadora, sem provocar contrações musculares. depois da partida: massagem calmante, de curta duração, com manipulações lentas, suaves e profundas. 
2o) de tratamento dos acidentes Esta o “medico”, que não intervém senão depois de um diagnóstico preciso, só deve ser confiada a um técnico qualificado. Todas as massagens, sejam quais forem, devem ser efetuadas por um especialista, mas é bom que o treinador lhes conheça os rudimentos. 

 http://soesporte.com.br/futebol-arte-e-ciencia-treinador-e-treinamento-continuacao-massagem/#sthash.hP4qQCEl.dpuf

terça-feira, 22 de setembro de 2015

O tenista espanhol publicou uma foto no perfil do Facebook onde é visto recebendo uma massagem dentro da bolha.

Rafa Nadal entra na 'bolha de ar "para se recuperar fisicamente

Rafael Nadal e a Bubble Pure Air

Bem, como eu percebi que muitas pessoas ainda têm dúvidas sobre a Bolha de Ar puro que Rafa usa há alguns anos e a distinção dela para a câmara hiperbárica, muito comentada atualmente, trouxe um artigo esclarecedor para vocês. Espero que ajude-nos a compreender os mecanismos utilizados para uma boa recuperação física.


Rafa Nadal também conheceu as virtudes de ar fresco. O tenista espanhol publicou uma foto no perfil do Facebook onde é visto recebendo uma massagem dentro da bolha.
O número dois do mundo voltou de Nova York para Cordoba com pouco descanso para enfrentar a semifinal da Copa Davis contra a França. Rafa foi fundamental nas eliminatórias ganhando dois pontos, diante de Gasquet e Tsonga, e conseguiu o passe para a final.
Apesar do castigo a que se submeteu, junto com Novak Djokovic na final do Aberto dos EUA, parece que assumiu melhor as consequências físicas do que o sérvio, que pode perder o Masters 1000 de Xangai e quase certamente o ATP 500 em Pequim por conta de uma lesão nas costas. 'Nole' foi forçado a jogar em sua semifinal para ajudar no resgate da Sérvia contra a Argentina e pagou o fardo com uma recaída.
O espanhol mostrou grande forma no saibro em Córdoba, apesar de não ter jogado uma partida oficial nesta superfície desde da final em Roland Garros.
"Eu quero agradecer a Bubble Pure Air por permitir que eu me recupere durante esses dias na bolha de ar puro, me ajudou muito ", publicou o jogador em seu Facebook. O engenho é de fabricação espanhola e permite respirar o ar 99,995% puro, livre da poluição de partículas, livre de agentes virais, bacteriológicos e alérgenos.
Além de Nadal, seus companheiros Feliciano Lopez, Fernando Verdasco, David Ferrer e Marcel Granollers usaram a bolha de ar. Fora do tênis, outros esportistas espanhóis, como Laia Sanz, já aproveitaram os benefícios.
Bolha X câmara hiperbárica
Rafa e os acima mencionados não são os únicos atletas que entraram em um compartimento para melhorar seu desempenho físico ou para se recuperar fisicamente após a fadiga.
O jogador Raúl González permitiu que o público conhecesse a câmara hiperbárica, um compartimento que funciona durante o sono e pode aumentar a passagem de oxigênio na corrente sanguínea, melhorando o desempenho físico.
Depois de Raul, soubemos que outros atletas usam, como Wayne Rooney, Valentino Rossi e o próprio Novak Djokovic, para citar alguns. É chamado de oxigenoterapia hiperbárica e o fim é o mesmo, mas muda a forma dos dispositivos.
O caso do Sérvia surpreendeu alguns dias antes do Aberto dos EUA pela câmara ter a forma de "ovo" na sua câmera, divulgada pelo The Wall Street Journal.
'Nole' a usa para se recuperar depois dos jogos, ainda que sua utilidade para recuperação muscular ser quase desprezível, mas permite aumentar o número de glóbulos vermelhos no sangue e regenerar o ácido lático.
Fonte: RTVE

A tendinopatia do tibial anterior



DICA PARA OS CORREDORES
Cuidado com treino excessivo em declive!
A tendinopatia do tibial anterior é uma condição comum em indivíduos que correm em declive por um período de tempo prolongado.

Geralmente há sensibilidade pontual sobre o tendão do tibial anterior. A dor aparece principalmente quando o tendão é alongado ou quando o músculo é contraído.
Como tratamento o paciente deve ser aconselhado a repousar ou, pelo menos reduzir o tempo e a distância das corridas. Em casos mais graves modalidades terapêuticas como a miofibrólise, crochetagem, ultrassom terapêutico, eletroanalgesia, crioterapia, correções biomecânicas, alongamento, reforço muscular e treino sensório motor podem ajudar a reduzir e melhorar os sintomas.

Por que muitos atletas se depilam?



Não é vaidade, esportistas profissionais arrancam os pelos para melhorar a performance, facilitar massagens e curativos nas lesões


Quem diria que o jogador Roberto Carlos, famoso pelo bom futebol e pelas pernas fortes, seria um dos adeptos da depilação masculina? Não estamos falando de cera quente, ok? Eles usam aparelhos de retirada dos pelos para melhorar a performance.

Enquanto muitos achavam que o ato era exclusivo dos nadadores, expoentes do atletismo e ciclistas também aderiram à expulsão dos pelos. Embora alguns acreditem que a ação é um modismo e defendam que não interfere nos resultados das competições, o objetivo central é a melhora da performance.

O ex-nadador Fernando Scherer é um dos defensores da prática e conta que se adaptou a ela desde os 14 anos, quando começou a competir profissionalmente. Na natação, o corpo sem pelos promove o aumento da sensibilidade do atleta na piscina dando a impressão de leveza, de ter quilos a menos que a balança acusa. Fica mais fácil deslizar pela água e a sensação é de que o corpo flutua mais, colaborando para o aumento da confiança e consequentemente do desempenho, principalmente dentro d’água, que os milésimos são valiosos.

Com a ascensão do UFC, repare ao assistir as lutas que os gladiadores do octógono não têm axilas peludas como no passado ou como os caras comuns, que apenas treinam, mas não correm atrás de títulos. Sovacos peludos causam assaduras depois de treinos longos porque provocam atrito entre os pelos e a pele.

Uma defesa sobre a retirada dos pelos publicada na revista Bicycling, sob a batuta do atleta Levi Leipheimer, mostra que os membros lisos colaboram não somente com a melhora da aerodinâmica, mas também na limpeza dos ferimentos (pelos dificultam curativos, além de ajudar na reprodução de microorganismos) e na eficácia das massagens para recuperação muscular depois de provas ou longos trajetos em treinos, o mesmo vale para os boleiros.

Um estudo realizado pela East Carolina University, citado pelo site Livestrong, diz que o aumento no desempenho de nadadores pelados, ao lado dos peludos, é de cerca de 5%.

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Sente dores na sola do pé e perto do calcanhar? Saiba tratar a fascite plantar


A massagem e o alongamento melhoram esse enrijecimento e o gelo atua no alívio da dor, mas se a causa não foi identificada e tratada os sintomas acabarão voltando


Dor na sola do pé, próxima ao calcanhar, normalmente pior de manhã. Eles são os sintomas clássicos da fascite plantar. As medidas normalmente tomadas pelos corredores que sofrem com essa patologia são: gelo, massagem com bola e alongamento. Embora esses cuidados sejam válidos eles não são suficientes no tratamento, pois atacam somente os sintomas do problema, e não a causa. 

Na fascite plantar é muito comum a sensação de enrijecimento da sola do pé, e não raro a fáscia plantar realmente fica mais rígida e espessa (ela é uma estrutura fibrosa na sola do pé que auxilia na sustentação do arco plantar e no mecanismo de amortecimento de impacto). A massagem e o alongamento melhoram esse enrijecimento e o gelo atua no alívio da dor. 

Mas e a causa da fascite? 
O que a levou a ficar mais rígida, inflamada e dolorida? Massagem, gelo e alongamento irão aliviar a dor momentaneamente, mas se a causa da patologia não for identificada e tratada os sintomas acabarão voltando.
Identificar a causa da fascite plantar, ou de qualquer outra lesão relacionada à corrida, não é uma tarefa fácil. O problema é multifatorial, envolvendo muitas variáveis, desde força muscular até comportamento social. 

Alguns pontos importantes a serem investigados no tratamento da fascite são:

Força nos músculos dos pés
Existem pequenos músculos no pé, chamados de intrínsecos, que sustentam o arco plantar e permitem um bom movimento durante a corrida. A fraqueza desses músculos pode aumentar a sobrecarga sobre a fáscia. 

Uma sugestão de exercício é: tente elevar o arco medial do pé (a curva que existe na parte interna), sem mover o restante da perna. No começo é difícil mas com persistência esses músculos vão sendo ativados adequadamente.


Problemas no treinamento 

Aumentos bruscos de velocidade ou de volume de treinamento pioram os riscos de lesão, bem como uma rotina de quilometragem que ultrapasse os limites do corpo. Sobrecargas no 
treinamento podem gerar a fascite plantar mesmo quando a biomecânica da corrida e a força muscular estiverem adequadas. 


Alto impacto

O impacto excessivo com o chão durante a corrida tem relação com a fascite plantar. Para minimizar o impacto é necessário aprimorar a biomecânica da corrida. Dicas simples são: correr fazendo o menor barulho possível e aterrissar o pé próximo ao tronco. Sobre tênis e amortecimento, uma pesquisa publicada esse ano por um grupo da Universidade de Harvard mostrou resultados interessantes. Eles acompanharam por um ano dois grupos, um correndo descalço e o outro com tênis tradicional (com amortecimento). No grupo que correu descalço houve menor número de casos de fascite plantar em comparação ao grupo que correu de tênis. Aparentemente, o estímulo de fortalecimento dos músculos dos pés foi mais importante para prevenir a fascite plantar do que o tênis com amortecimento. 

Gelo, massagem e alongamento são bons aliados no tratamento, mas é preciso investigar e tratar também os fatores causadores, na fascite plantar e em todas as lesões na corrida.




domingo, 20 de setembro de 2015

Como é que a massagem pode ajudar na hipertrofia?


É comum os atletas recorrerem à massagem com auxílio no afinamento da fáscia muscular, tentando desta forma tornar a sua definição muscular mais aparente.
A massagem profunda liberta a adesão dos tecidos, “descompactando” o tecido muscular e melhorando a separação dos vários compartimentos. A massagem promove um aumento de flexibilidade nos músculos, reduz a rigidez e aumenta a elasticidade dos tecidos envolventes (fáscias) permitindo ao treino de hipertrofia ser mais produtivo e não sofrer a resistência criada pela fáscia muscular.
Para além destes benefícios, a massagem tem muitos outros benefícios que podem ajudar no processo de recuperação e regeneração das fibras musculares.

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

HIPERTENSÃO ARTERIAL EM FISICULTURISTAS


Hábitos adquiridos pelo homem no decorrer de seu período evolutivo, especialmente nos últimos 5 mil anos, tais como uma alimentação rica em lipídios, sódio, álcool e cafeína, acompanhada do sedentarismo, fumo e stress do dia a dia, vêm contribuindo para o aumento na incidência da hipertensão arterial. Não é a toa que o homem seja o único mamífero que apresenta alterações em seus níveis pressóricos. De acordo com COTRAN; KUMAR e COLLINS (2000), o papel do meio ambiente nesta doença é muito bem ilustrado pela menor incidência de hipertensão em chineses que vivem na China, em comparação com descendentes chineses que moram nos Estados Unidos. Isto é devido entre outros fatores, pela adoção de hábitos contribuintes para a aparição da doença. O desenvolvimento de hipertensão depende da interação entre predisposição genética e fatores ambientais, embora ainda não seja completamente conhecida a forma como estas interações ocorrem.
Cerca de 15 a 20% da população mundial atualmente é hipertensa. Ao mesmo tempo em que raramente apresenta sinais, esta doença vai minando o sistema circulatório de suas vítimas, até que produz efeitos deletérios – e até mortais, como insuficiência cardíaca e derrames cerebrais (AMODEO; LIMA; VAZQUEZ, 1997; RIBEIRO, 1996; FERREIRA; ZANELLA, 2000). Por isso, é chamada de “assassina silenciosa”. No entanto, a hipertensão tem uma grande vantagem sobre outras doenças: seu diagnóstico só depende de uma simples aferição da pressão arterial, muito embora devemos ter o devido cuidado com esse tipo de leitura, pois a pressão considerada “normal” vem sendo constantemente alterada para valores cada vez mais baixos, a ponto de hoje em dia, quase toda a população mundial ser considerada um “paciente”.
Definir valores normais para a pressão arterial não é fácil porque, quanto maior a pressão, maior o risco cardiovascular e menor a sobrevida, não havendo uma linha divisória entre normotensão e hipertensão. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Hipertensão Arterial como uma elevação crônica de uma ou das pressões arteriais, sistólica e diastólica e recomenda que sejam consideradas hipertensas as pessoas com uma ou ambas as pressões elevadas (BENNETT; PLUM, 1997; MORRISON; HARK, 1999). Segundo Reis e Cople (1999), a hipertensão evolui comumente da forma assintomática até a elevação abrupta dos níveis pressóricos, que apresenta como sinais e sintomas: fadiga, cefaléia occipital, tonturas, zumbidos, queixa de “cabeça pesada”, debilidade, palpitações, angústia e rubor.
No passado era considerado como hipertensa, uma pessoa com valores sistólicos acima de 100 + idade. Após algum tempo, passou a ser considerado hipertenso aquele com pressão arterial acima de 100 + metade da idade, daí a números fixos: 160/100, 140/90 e atualmente 120/90. Como conseqüência, mais e mais pessoas vêm sendo consideradas pacientes mesmo sendo assintomáticas. Desculpem-nos se isso parece cínico, mas essa avaliação parece ser muito conveniente para a indústria farmacêutica.
Esses padrões podem principalmente mal interpretar a situação de pessoas idosas. Nestes indivíduos as artérias tornam-se cada vez mais rígidas, sendo necessária uma maior pressão dentro dos vasos dando a noção de uma pressão arterial mais elevada do que normalmente é. Deve-se ressaltar que a pressão arterial é afetada por uma série de fatores, tais como o estado físico no momento da medição, condição emocional, local de medição, etc; ou seja, a pressão arterial é muito variável.
Se seu médico aferiu a pressão em um braço e disse que sua pressão está elevada, terá ele aferiu o outro braço também? Ou ainda, aferiu a pressão em suas pernas? A pressão arterial pode diferir grandemente de membro para membro, ou seja, a análise de apenas um membro poderá ser apenas parte da história (SINGER, et al, 2005). Como nem todo professor de Educação Física é necessariamente um bom professor, nem todo médico é um bom médico!
Trabalhando com fisiculturistas há vários anos, temos observado uma incidência muito elevada de hipertensão arterial nos mesmos. O peso corporal elevado, proporcionando um maior volume sanguíneo, associado com o uso exacerbado de esteróides anabólicos e outras drogas, tem contribuído demasiadamente para o aumento da ocorrência de hipertensão arterial nesta população.
O coração, sem sombra de dúvida, será o órgão mais afetado, por sofrer uma hipertrofia de adaptação, numa tentativa de continuar bombeando um volume normal de sangue, mesmo com limiares pressóricos aumentados. Outros órgãos também sofrem com a hipertensão, tais como, o cérebro e os rins, cujas alterações são decorrentes de comprometimentos vasculares. Em pacientes hipertensos não-tratados ou ineficazmente controlados, a mortalidade por doença arterial coronariana (DAC) é de 50%, por acidente vascular cerebral (AVC) de 33% e por insuficiência renal de 10 a 15% (REIS; COPLE, 1999; ANDRADE, 2002).
O diâmetro do vaso sanguíneo afeta notavelmente o fluxo sanguíneo. Quando o diâmetro é diminuído (como na aterosclerose), a resistência e a pressão sanguínea aumentam. Ao contrário, quando o diâmetro é aumentado (como em terapia com drogas vasodilatadoras), a resistência diminui e a pressão sanguínea é reduzida. Imaginem uma mangueira dessas usadas para lavar o jardim. Quanto mais você abre a torneira, logicamente mais água sairá e, ao menos que as paredes da mangueira cedam e diminuam a resistência, a pressão que a água irá exercer sobre as paredes da mangueira será cada vez maior. É exatamente isso o que ocorre no organismo.
O organismo procura manter um controle homeostático da pressão sanguínea. Quando esta cai, ocorre uma liberação de norepinefrina pelo sistema nervoso simpático, que aumenta a resistência da parede dos vasos, elevando a pressão. Já os rins controlam o volume de fluído, por meio do sistema renina-angiotensina. Quando os mecanismos regulatórios hesitam, desenvolve-se hipertensão (BENNETT; PLUM, 1997; GUYTON; HALL, 1997; BUSNELLO, 2001).
De maneira mais simples, tem sido proposto o tratamento da seguinte maneira: na hipertensão leve (estágio I) – dieta e exercício (primeira medida); hipertensão moderada (estágio II) e severa (estágio III- o uso da dieta juntamente com o tratamento farmacológico melhora a ação da droga e, em alguns casos, elimina a necessidade ou reduz a quantidade de droga necessária para o controle pressórico). Porém, o melhor tratamento será decido pelo médico em cada caso específico. A seguir, iremos expor algumas dicas relacionadas à alimentação e atividade física para auxiliar no controle e prevenção da hipertensão arterial (RIBEIRO, 1996; WILSON; TEMPLE, 2001; REIS; COPLE, 2002).
A alimentação é, sem dúvida, a primeira conduta a ser adotada no tratamento da hipertensão arterial. O manuseio dietoterápico é o mais importante campo de atuação do tratamento não farmacológico. As terapias sustentadas na alimentação e no estilo de vida, podem diminuir a pressão arterial e evitar a necessidade de tratamento medicamentoso ou de redução das doses necessárias para o controle da pressão arterial, devendo ser adequada às características individuais de cada paciente. Deve-se portanto:
• Evitar alterações abruptas no peso corporal. Portanto, a famosa prática de realizar um off-season exagerado, elevando consideravelmente o peso corporal para depois no período de pre-contest reduzi-lo de maneira drástica, não é aconselhada neste caso;
• Manter uma dieta moderada em lipídios, objetivando o controle da hiperlipoproteinemia. Deve-se controlar também o tipo de lipídios ingeridos, dando preferência para os monoinsaturados e polinsaturados;
• O fracionamento das refeições deve ser aumentado e o volume reduzido para evitar a distensão e o desconforto abdominal, pois estes poderão precipitar um pico hipertensivo;
• Ingerir grande quantidade de líquidos, de preferência fora do horário das grandes refeições;
• Recomenda-se a retirada dos alimentos concentrados em sódio, tais como: enlatados, embutidos, alguns queijos e leites, alimentos industrializados, sucos artificiais, carnes salgadas e defumadas, conservas, aditivos à base de glutamato de sódio, dentre outros, não utilizando sal de adição na hora de servir. Os refrigerantes engarrafados podem ser ricos em sódio, sendo que as bebidas com baixo teor calórico podem possuir um conteúdo ainda maior graças à substituição do açúcar pela sacarina sódica, um adoçante artificial. Temperos prontos devem ser substituídos por ervas naturais, tais como manjericão, alecrim, etc;
• O potássio apresenta um efeito anti-hipertensivo (SHILLS, et al., 2003). Portanto, deve-se manter uma ingestão de potássio adequada, utilizando laranja, bananas, vegetais folhosos verde-escuro, melão, mamão, ameixa, feijão, legumes, leite e carnes frescas são boas fontes de potássio. Porém, deve-se ter cautela no uso de suplementos medicamentosos à base de potássio em pacientes suscetíveis a hiperpotassemia, incluindo aqueles com insuficiência renal, ou em uso de diuréticos poupadores de potássio, inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA), ou bloqueadores de receptores da angiotensina II. Em pacientes com insuficiência renal e em diabéticos, a suplementação com potássio deve ser evitada ou utilizada apenas com extremo cuidado;
• Reduzir ao máximo a ingestão de bebidas alcoólicas e alimentos e/ou bebidas cafeinadas, pois ambos atuam como vasoconstritores;
• Manter um ingestão adequada de magnésio, pois este mineral diminui o tônus e contratilidade vascular (REIS; COPLE, 1999). Os vegetais verdes, legumes, nozes, carnes e cereais integrais são boas fontes desse mineral;
• Estudos epidemiológicos demonstraram que a baixa ingestão de cálcio por meio da dieta está associada ao aumento na prevalência da hipertensão (SHILLS et al., 2003). No caso de dietas que restringem leite e derivados, deve-se realizar uma suplementação deste mineral para garantir uma ingestão adequada do mesmo;
• A suplementação com nutrientes antioxidantes e ômega 3, além de uma ingestão adequada de fibras dietéticas, parecem auxiliar no controle da pressão arterial (SHILLS et al., 2003);
• Pesquisas confirmam que pessoas com maior concentração de vitamina C no plasma sangüíneo apresentam um melhor controle da pressão arterial (MORAN, et al, 1993).
Outros estudos também demonstram claramente que indivíduos praticantes de meditação budista, massagem e outras técnicas de relaxamento também apresentam um melhor controle da pressão arterial. Isto se baseia no fato de que o stress é um poderoso vasoconstritor, sendo inclusive um dos maiores causadores de hipertensão arterial (YEN L-L, et al, 1996).
A atividade física também é muito importante para o controle dos níveis pressóricos. Caso o atleta hipertenso observe uma elevação exagerada na pressão sangüínea durante o treinamento, tal atividade deverá ser interrompida. A elevação aguda da pressão arterial perante o exercício é regulada pelo sistema nervoso simpático, sendo influenciada pelos aumentos da freqüência cardíaca, volume sangüíneo, volume de ejeção e aumento da resistência vascular periférica.
Definitivamente, esta é uma patologia que não deve ser ignorada. Recomendamos fortemente para que todos os fisiculturistas afiram periodicamente sua pressão arterial, além de tomar as medidas preventivas aqui descritas. Para aqueles com o quadro hipertensivo já instalado, os cuidados deverão ser redobrados e o acompanhamento com um cardiologista é de fundamental importância.
Por:
Waldemar Guimarães
E
Rodolfo Peres
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AMODEO, C.; LIMA, E. G.; VAZQUEZ, E. C. Hipertensão arterial. São Paulo: Sarvier, 1997.
ANDRADE, J. P. et al. Aspectos epidemiológicos da aderência ao tratamento da hipertensão arterial sistêmica. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, São Paulo, vol.79, n.4, p.375-379, 2002.
BENNETT, J. C.; PLUM, F. Tratado de medicina interna. 20o ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
BUSNELLO, R. G. et al. Características associadas ao abandono do acompanhamento de pacientes hipertensos atendidos em um ambulatório de referência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia, Porto Alegre, vol. 76, n.5, p.349-351, 2001.
COTRAN, R. S.; KUMAR, V.; COLLINS, T. Robbins – Patologia estrutural e funcional. 6º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2000.
FERREIRA, S. R. G.; ZANELLA, M. T. Epidemiologia da Hipertensão Arterial, Revista Brasileira de Hipertensão arterial, São Paulo, vol. 7, n.2, p. 05-14, abr./jun. 2000.
GUYTON, A. C.; HALL, J. E. Tratado de Fisiologia Médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997.
YEN L-L, et al. Comparison of relaxation techniques, routine blood pressure measurements, and self-learning packages in hipertension control. Prev Med 1996; 25: 339-45
MORAN J P, et al. Plasma ascorbic acid concentration relate inversely to blood pressure in human. Am J Clin Nutr 1993; 57:213-17
MORRISON, G.; HARK, L. Medical Nutrition & Disease. 2o ed. Massachusetts: Blackwell Science, 1999.
REIS, N. T.; COPLE, C. S. Nutrição clínica na hipertensão arterial. Rio de Janeiro: Revinter, 1999.
RIBEIRO, A. B. Atualização em Hipertensão arterial. São Paulo: Atheneu, 1996.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, III Congresso Brasileiro de Hipertensão Arterial. Campos do Jordão, 2002.
SHILLS, M. E. et al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9o ed. Barueri: Manole, 2003.
SINGER, et al. Blood pressure – Assessment of interarm differences. Arch Int Med 1996; 156: 2005-08
WHO. Expert Committee on Hypertension Control, Geneva, p.24-31, oct. 1994.
WILSON, T.; TEMPLE, N. J. Nutritional Health – Strategies for disease prevention. New Jersey: Humana Press, 2001.
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