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terça-feira, 22 de junho de 2010

Dor nas costas


Aproximadamente 100 milhões de pessoas, neste momento, têm alguma queixa de dor nas costas. Se você se considera um felizardo por não estar sentindo nada nessa região, espere um pouco mais para comemorar. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 80% da população de todo o planeta ainda irá sofrer do mal pelo menos em alguma fase da vida. Ou seja, em maior ou menor grau, um dia quase todos nós seremos vítimas desse incômodo que compromete a qualidade de vida sob diversos aspectos, entre eles físicos, emocionais e até sociais.


A principal vilã é a lombalgia, um desconforto que afeta a região inferior da coluna vertebral (que vai da última costela até o início dos glúteos) e aparece em destaque no ranking das reclamações nos consultórios. "É o segundo grande martírio dos brasileiros, só perdendo para a cefaléia (dor de cabeça)", diz a professora de enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), Cibele Andrucioli de Mattos, que fez um levantamento sobre as dores crônicas mais freqüentes entre crianças, adultos e idosos. "Felizmente, na maior parte dos casos, o problema não avança para a fase aguda e desaparece espontaneamente em seis semanas, com ou sem medicação", garante o reumatologista Jamil Natour, chefe do Setor de Coluna Vertebral e Reabilitação da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ainda assim, a falta de um diagnóstico preciso e de tratamento adequado, quando necessário, faz desse distúrbio doloroso a principal causa de aposentadorias por invalidez em muitos países. Para se ter uma idéia da dimensão do problema, no Reino Unido a lombalgia chegou a provocar o equivalente a 52 milhões de faltas anuais no trabalho.


A coluna vertebral

Ela é formada por uma pilha de 33 vértebras que se estende da região do pescoço até o cóccix. Mantém-se alinhada por meio de ligamentos e músculos bem resistentes que unem um osso ao outro e, assim, seguram as articulações no lugar. Além de sustentar o corpo, esse alicerce natural tem a função de proteger a medula espinhal - uma estrutura longa e frágil que é a principal via de comunicação entre o cérebro e o restante do organismo.

Cada vértebra é separada por um disco (que funciona como um colchão de proteção ou amortecedor) capaz de absorver o impacto das forças que atuam na coluna, além de permitir a mobilidade de vértebras vizinhas, impedindo que os ossos raspem entre si. No jovem, este disco é rico em água, mas com o tempo, a quantidade de líquido vai diminuindo, fazendo-o perder a elasticidade e a espessura. Resultado: quanto mais avançada for a idade, maior a predisposição para dores, desvios e desgastes nessa região.

Curvas naturais

A coluna vertebral não é totalmente reta. Ela possui quatro curvaturas naturais ao longo do seu trajeto: lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacral. Quando são muito acentuadas, essas curvas caracterizam desvios posturais conhecidos como hiperlordose (bumbum arrebitado), hipercifose (corcunda) e escoliose (coluna em formato de C ou S). Esses problemas ajudam a empurrar as vértebras, comprimir os nervos e provocar dores.

1. SEGMENTO CERVICAL
Corresponde às sete vértebras na região do pescoço. Geralmente, as dores ocorrem pela tensão muscular provocada pelo estresse.
2. SEGMENTO TORÁCICO
Composto por 12 vértebras, é o local mais estático da coluna vertebral, portanto, menos exposto a pressões. No entanto, tentar manter uma postura ereta demais, contrariando a curvatura natural (cifose torácica), também costuma gerar problemas.
3. SEGMENTO LOMBAR
Engloba as cinco vértebras maiores e mais fortes, responsáveis por sustentar todo o peso do corpo. É por isso que a lombalgia é a dor nas costas mais freqüente.
4. SEGMENTO SACRAL
Representa a base da coluna. São cinco vértebras que se fundem, dando origem ao sacro e ao cóccix.

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