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quarta-feira, 26 de junho de 2013

A dor interfere no movimento, alterando-o.



Propõe-se que a dor geralmente deve-se a uma descarga do sistema músculo-esquelético, para proteger o tecido lesionado de mais dor ou lesão. No entanto, estes efeitos sobre os movimentos funcionais, como caminhar, têm sido pouco explorados. Este estudo investigou as mudanças que ocorrem nos padrões de marcha durante a dor experimental induzida (injeção de soluções salinas hipertônicas) no músculo bíceps femoral.

As principais conclusões foram que a dor induzida no músculo bíceps femoral levou à redução da extensão do quadril durante a primeira fase, e redução da flexão e rotação lateral do joelho durante a posterior fase de apoio. A redução dos momentos de articulação do quadril e joelho indica mudanças adaptativas no padrão de movimento que persiste para além da percepção da dor consciente. Contudo, a dor não resultou em qualquer alteração da cinemática articular, velocidade de caminhada ou variáveis de EMG. Isto indica um sistema adaptativo à dor altamente sofisticado capaz de reduzir a carga em estruturas específicas. A falha deste sistema tão sincronizado e afinado especula-se ser importante na transição da dor aguda para a dor crônica.


Conclusão: As alterações são específicas para o tecido doloroso e o presente estudo fornece suporte à teoria de que a dor musculoesquelética é um sinal de proteção, levando a mudanças nos padrões de movimento que servem para descarregar o tecido doloroso/lesionado durante os movimentos funcionais. 

 De: Henriksen et al, J Electromyogr Kinesiol 21 (2011) 746-753. Todos os direitos reservados a Elsevier Ltd.

Traduzido por: Sofia Ferreira, Fisioterapeuta.

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