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quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Bolsa de água quente e toalha aquecida e molhada são alguns dos instrumentos para combater as dores chatas na musculatura

 

Quem nunca se viu com uma bolsa de água quente colada no pescoço ou se enfiou num banho quentinho para aliviar alguma dor chata nos músculos? Pois é, água quente realmente faz milagres. Mas a chamada terapia pelo calor, ou termoterapia, apesar de gostosa, confortável e barata, não se presta a qualquer situação. Ao contrário, ela é indicada para dores musculares e articulares, para aqueles momentos em que os músculos parecem ter virado “pedra” e para lesões que não estejam acompanhadas de processos inflamatórios nem inchaço.
Ainda não se sabe ao certo por que o calor alivia a dor, mas acredita-se que ele “neutralize” as fibras nervosas, que forçam os músculos a entrarem em espasmo, além de induzir a liberação de endorfinas, as conhecidas substâncias ligadas ao bem-estar e que também agem como um analgésico, bloqueando a transmissão da dor. Sabe-se, também, que o calor ajuda a aumentar a flexibilidade de tendões e ligamentos, reduz espasmos musculares, eleva a circulação sanguínea e turbina o metabolismo celular.
Há dois tipos de terapia pelo calor: a chamada superficial, caso da bolsa de água quente, das compressas, das imersões em água quente e do infravermelho, e a profunda, na qual o calor é produzido por aparelhos especiais que emitem ondas que penetram na pele e chegam a camadas mais profundas, caso do micro-ondas e do ultrassom. As mais populares, claro, são as terapias superficiais.

Para que serve?

Dores nos músculos e articulações

As distensões musculares, que resultam em tensão e dor, ocorrem geralmente quando os músculos são sujeitos a períodos de esforço físico excessivo, como os resultantes de atividade física intensa. A dor articular ou rigidez manifesta-se geralmente nas articulações, como, por exemplo, quando se pratica atividade física depois de se ter ficado muito tempo parado ou quando se exagera nos exercícios.

Lombar
Você sabia que a dor na lombar é uma das principais razões de falta ao trabalho em todo o mundo? Calor, nesse caso, ajuda, e bastante.

Pescoço
Tem coisa mais chata que o torcicolo? Calor úmido, nessa situação, é o ideal, já que a água favorece a condução do calor, permitindo que ele chegue a camadas mais profundas dos músculos e da pele.

Muito ou pouco?
Até não muito tempo atrás, acreditava-se que a aplicação de calor por 20 min, seguida da ausência de calor pelo mesmo período de tempo, era uma das formas mais eficazes de aliviar músculos doloridos. Mas estudos demonstraram que a aplicação de calor moderado de forma contínua é mais eficiente para acalmar a dor. É o caso das faixas térmicas terapêuticas, que proporcionam um calor terapêutico, prolongado e constante, durante oito horas. Fáceis de usar, elas podem ser usadas no trabalho ou durante outras atividades.
Qualquer que seja a forma de aplicar o calor superficial, a sensação sobre a pele deve ser de conforto, nunca de “pelando”. Se a bolsa ou a toalha estiverem quentes demais, use uma toalha ao redor delas, para evitar queimaduras na pele. A temperatura considerada ideal gira em torno de 40ºC a 45ºC.

Como funciona?
Quando o calor é aplicado na pele, ele leva à diminuição da sensação de dor. O calor dilata os vasos sanguíneos em volta dos músculos e das articulações, aumentando o fluxo de sangue na área afetada. Desse modo, mais oxigênio chega às células danificadas, além de ele contribuir para a eliminação dos metabólitos gerados pelo excesso de esforço dos músculos. O calor também ajuda a relaxar os músculos e a estimular os termorreceptores, reduzindo a percepção da dor, o que leva a uma maior flexibilidade e a uma diminuição da tensão no local.

Pontos positivos
› Melhora a dor
› Aumenta o fluxo sanguíneo
› Reduz a rigidez articular
› Diminui espasmos musculares
› Aumenta a flexibilidade de
tendões e ligamentos

Fuja dele se...
› Tiver um ferimento aberto
› O local estiver “roxo” (com hematoma)
› O local estiver inchado
› Tiver algum problema vascular
› Tiver uma lesão ou trauma recente
› O local estiver inflamado
› Tiver alguma doença cardiovascular


Por Rui Delgado, ortopedista da Clínica CUF Alvalade (Portugal), e Vanessa de Sá

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