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domingo, 10 de outubro de 2010

Pontecializando o treinamento



5 estratégias mentais para potencializar o treinamento desportivo

Cada dia de esforço e tempo dedicado ao treino determina o retorno do resultado desportivo que o atleta irá alcançar no futuro. Isto acontece porque à medida que o atleta vai acumulando o trabalho dos vários dias de treino, vai condicionando a sua mente e o seu corpo para ter um determinado desempenho com uma postura ou abordagem específica, transformando-se na sua atitude em competição.

Possivelmente existem atletas que treinam menos bem e nem tão pouco se preocupam se estão a ter uma atitude promotora de bons desempenhos ou não, e ainda assim conseguem bons resultados.

Mas por cada um destes, existe um milhar que não consegue. Você não tem que ser um atleta profissional ou um campeão olímpico para ser um atleta bem-sucedido. Nem tem que ter uma sala cheia de troféus, ganhar um campeonato nacional, ou fazer a primeira página da secção de desporto.

Eles estabelecem metas ambiciosas, mas realistas para si e para com o treino duro e exigente. Eles são bem sucedidos porque estão perseguindo os seus objetivos e a desfrutar ao máximo do seu esporte.

A sua participação no esporte enriquece a sua vida, acreditando que vale a pena o esforço que colocam diariamente no treino.

A seguir 5 estratégias mentais bastante relevantes no contributo que dão para o sucesso dos atletas nos mais variados esportes. Podem todas ser aprendidas e melhoradas através de boas instruções e da prática regular e programada.

TRABALHAR A ATITUDE

Todos os dias o atleta deverá trabalhar no desenvolvimento de um atitude poderosa face ao treino duro e exigente que na grande maioria das vezes lhe causa dor e fadiga extrema. O objetivo aqui é não se focar no lado “negativo” do treino, mas sim focar-se sempre na recompensa que irá obter de todo o trabalho duro que realiza.

Deverá focar nas emoções e sensações que irá ter quando alcançar o resultado desejado, e que o treino árduo é sem dúvida o caminho para o sucesso. Assim estará a construir uma atitude confiante – “isto é fantástico, farei tudo o que tiver ao meu alcance e enfrentarei os desafios e a dureza do treino com coragem e alegria”.

Este tipo de atitude irá “condicionar” e “programar” a mente e o corpo de forma implacável face às adversidades e dificuldades até que consiga atingir os resultados pretendidos. Com esta atitude consegue construir um bloqueio às auto-sabotagens e de uma vez por todas não inventar desculpas sem sentido. O atleta deverá focar-se a 100% na recompensa do seu treino, e não nos aspectos negativos.

2. TRABALHAR A TENACIDADE MENTAL

Por exemplo, se o corpo de um nadador consegue nadar uma determinada distância com facilidade mas a sua mente não, então estará com um grave problema para resolver – e isto é muito usual nos atletas.

Terá então de desenvolver a sua resistência mental para que não se esteja a deitar a baixo constantemente, como de uma luta se trata-se entre o corpo e a mente sempre que o treino é exigente. O atleta deverá relembra-se a si mesmo, usando as afirmações – “ eu consigo nadar com facilidade” ou “ mesmo em esforço eu consigo nadar até completar a série”.

Deverá construir uma mentalidade de combate à adversidade, para isso sempre que o treino esteja “difícil” deve usar a visualização e ver-se a fazer aquilo que pretende executar, permitindo automaticamente focar-se no que é importante e não na dor.

Ao desenvolver a sua resistência mental, aumenta largamente a capacidade de dar indicações a si próprio nos momentos difíceis, focando-se com discernimento naquilo que é importante para a obtenção de um bom resultado.

3. EXTRAIR OS ASPECTOS POSITIVOS

Uma das técnicas vulgarmente utilizadas por muitos atletas bem sucedidos é a revisão mental dos aspectos positivos no treino. Muitos utilizam a parte do treino dedicada à descontração, outros fazem-no no caminho para casa.

O mais viável é o atleta fazer este exercício de forma sistematizada, e uma das formas eficazes de o realizar, é procurar um local calmo onde se possa sentar ou deitar de forma confortável, de preferência colocando-se num estado de relaxamento induzido e depois fazer o exercício mental.

Isto faz com que o atleta crie um hábito de concentra-se nos aspectos positivos do seu treino e daquilo em que ele é eficaz. Este exercício mental permite criar aquilo que em psicologia chamamos de “pistas” pequenas associações que se fazem, que permitem ligar os circuitos motores e neuronais da boa execução.

As “pistas” (uma palavra, um gesto, uma imagem, uma sensação, ou outra coisa qualquer que o atleta escolha) são um estímulo muito poderoso que o atleta gravou na sua memória e que lhe associou um conjunto de movimentos, estratégias e emoções que o colocam no seu melhor estado para a realização das ações desportivas.

Os bons hábitos diários criam vias poderosa que aumentam a auto-eficácia do atleta e consequentemente o seu sucesso.

Por este motivo o atleta deve propor-se a este exercício mental de extrair os aspectos positivos do seu treino, e associar-lhe uma pista poderosa para poder voltar a utilizar numa próxima sessão de treino e/ou em competição, aumentando-lhe a percepção de auto-eficácia e a confiança e consequentemente a performance.

4. DIMINUIR OS EFEITOS DA DOR

Uma das maiores habilidades que a mente possui a favor do atleta é a sua capacidade de diminuir a dor. Todos nós possuímos no nosso corpo analgésicos naturais, como aqueles que estão disponíveis nas farmácias.

É bastante comum ler nos jornais que, algumas pessoas que perderam membros num acidente grave, relatam não terem tido dores no momento do acidente, porque o sistema poderoso da mente, e o sistema imunitário, imediatamente libertam morfina e outros analgésicos para a área afetada, inibindo todas as sensações de dor da vítima. Esta incrível capacidade da mente e do corpo pode ser facilmente utilizada por atletas, principalmente os que praticam esportes de resistência.

Um dos aspectos mais fascinantes sobre os atletas é que a grande maioria já tem a sua mente preparada para sentir a dor! Por exemplo, praticamente todos os atletas têm a noção dos seus limites e das suas capacidades, isto é realmente bom, pois permiti-lhes continuarem a esforçar-se para tentar ultrapassa esses mesmos limites.

No entanto, esta percepção de limites torna-se por si incapacitante em algumas situações, dado que o atleta já conhece a sua zona de sofrimento, ou seja, já sabe em que momento da sua prestação irá começar a instalar-se o desconforto e a dor. E isto é efetivamente incapacitante, pois mesmo que o atleta fosse capaz de continuar sem sensações desagradáveis, vai colocar-se num estado de incapacidade por indução, por auto-sugestão da dor, é como se a dor fosse virtual.

Perante isto o que poderá então o atleta fazer?

Conseguir treinar e competir, não sem a total inibição da dor, mas a reduzi-la de forma substancial ou a conseguir aguentar a dor sem sacrifício da performance.

Isto é possível de diferentes formas, mas uma das é através da introdução de uma sugestão de auto-hipnose para que a sua mente atrase o aparecimento da dor 20 metros mais adiante que anteriormente.

Vai-se assim condicionando o atleta a ir atrasando o aparecimento da dor através de um conjunto de estratégias de auto-sugestão de distração e de dissociação da dor. Este método, tal como o treino físico necessitam de prática, e vai-se melhorando pouco a pouco até ao ponto de a dor não ser mais impeditiva de o atleta realizar performances para a qual o seu corpo é capaz.

5. EVITAR O EXCESSO DE INFORMAÇÃO

Os atletas possuem a habilidade de seletivamente focarem-se naquilo que pretendem. Esta característica mental torna-se preponderante na realização do seu esporte, exercício ou disciplina técnica, mas apenas se conseguirem dirigir a atenção para as “pistas” ou “atalhos” que promovem a boa performance.

Igualmente significativo é perceber o que é que não é relevante para a execução de uma boa performance, e assim conhecer o que é motivo de distração e sabotagem de uma boa execução.

A Informação em excesso, ou informação não significativa é envida em forma de sinal ou estímulo para o corpo, podendo gerar alguma confusão.

Este processo pode promover um estado de indecisão, levando a que o corpo não execute os movimentos ou resultados desejados. Assim que consiga perceber ou identificar as pistas ou atalhos de performance e consiga de forma clara reconhecer as distracções e pistas ou informação não relevante, coloca-se numa melhor posição para conseguir atingir um estado de total imersão no seu desempenho.

Atingir este estado, leva o atleta a conseguir colocar-se na sua Zona de Ótimo funcionamento ou atingir a sua Zona de Foco.

Pistas sem importância ou distrações como por exemplo, poder estar a pensar num passe falhado, ou numa técnica falhada, assim como o que a equipe ou o treinador poderão dizer, afasta o atleta daquilo que é importante focar-se para obter um bom rendimento. Aprender novas habilidades e desenvolver novas capacidades leva tempo.

Não importa se você está a aprender habilidades físicas ou mentais, a repetição e aplicação são necessárias nas práticas diárias do treino.

E importante o desenvolvimento da tenacidade mental através do refinamento da capacidade de foco naquilo que o atleta reconhece como sendo as suas pistas para a boa performance. Os atletas que conseguem perceber e desenvolver esta capacidade ganham uma vantagem competitiva.


Fonte: Escola Psicologia.com

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