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terça-feira, 16 de abril de 2013

Pubalgia: Difícil de Diagnosticar e de Tratar



Existem muitas dores que afligem atletas e desportistas em geral, sendo que algumas têm características que chegam a ser confundidas com outras patologias. Nestes casos, o diagnóstico correto é imprescindível para que o tratamento dê resultado. Uma dessas dores é a Pubalgia, que incomoda alguns atletas e que precisa ser tratada para não atrapalhar os treinos e as competições.


O termo pubalgia denomina dor no púbis (o osso que se localiza no final do músculo do abdômen, sob a região genital, fazendo parte do osso do quadril.
Esta denominação é muito abrangente, o que muitas vezes gera confusão, pois os seus sintomas podem assemelhar-se a outras patologias. Para alguns autores este termo é usado para a ocorrência da lesão do canal inguinal, mais conhecida como hérnia inguinal.
Outras patologias que têm sintomas parecidos são: hérnia inguinal, doenças geniturinárias, osteítes púbicas (síndrome do músculo grácil e síndrome do músculo piriforme), prostatite, bursites na região do quadril ou artrite do quadril. Porém, mais que uma causa pode estar associada à dor no quadril. Abordaremos nesta matéria somente a dor na virilha relacionada à tensão da musculatura dessa região com ou sem alteração do osso do púbis e sem hérnia inguinal.
A dor na região da púbis ou na virilha é muito comum em atletas e pode ser aguda ou crônica. Atinge principalmente jogadores de futebol e ténis, Há um desbalanço muscular. No caso do jogador de futebol, por exemplo, como ele chuta mais com uma das pernas, acaba fortalecendo mais esses músculos, o que provoca o desbalanço, mas também corredores de longa distância (maratonistas), ou corredores de aventura. É mais frequente em homens do que em mulheres devido à quantidade proporcional de praticantes de futebol e também às diferenças anatômicas e biomecânicas dessa região do corpo (a bacia da mulher adapta-se melhor aos impactos dos desportos).
Mecanismos de lesão e causas
Os mecanismos de lesão podem incluir alterações rápidas de direção, movimentos repetidos de corrida associados a desequilíbrios musculares, traumas diretos, diferenças no comprimento dos membros inferiores, prática desportiva em pisos duros, uso de calçados inadequados e excesso de treino.
A causa mais comum da dor na virilha é a distensão ou tensão exagerada da musculatura que envolve esta região, abrangendo os músculos adutores longos, reto abdominal, iliopsoas, pectíneo e reto femoral. Pouca flexibilidade da musculatura da região do quadril e pélvis, assim como instabilidade de quadril e desequilíbrio muscular entre adutores e músculos do abdômen, também podem contribuir para o surgimento da pubalgia.
Quando a pubalgia tem sua causa na musculatura, o músculo e tendão mais acometido normalmente é o do músculo adutor (porção longa), podendo apresentar uma inflamação crônica ou até uma lesão das fibras (ruptura de uma parte do tendão ou músculo). Outro músculo habitualmente atingido é o repto abdominal na região que se insere no osso púbis. A tensão nestes dois músculos desequilibra o quadril, pois o músculo repto abdominal traciona o osso do quadril para cima, enquanto o adutor puxa para baixo.
Sintomas
A dor é bem localizada na virilha e pode acometer apenas um lado ou os dois. Normalmente ocorre durante a corrida (ou outro desporto), mas se o atleta continuar a correr a dor pode aparecer durante outras atividades como sentar-se e levantar-se de uma cadeira, subir e descer escadas, agachar, mudanças de direção abrupta, aceleração e chute. Os corredores normalmente apresentam dor localizada e forte desde o início da doença.
Se houver irradiação da dor, o atleta pode sentir incomodo na região de abdômen inferior, adutores, região genital e lombar, caso haja associação com alterações da articulação sacroilíaca (junção do quadril e porção final da coluna).
Diagnóstico
Quanto mais demorado for o início do tratamento maior será o tempo de recuperação. Quando diagnosticado e tratado rapidamente o corredor tem a possibilidade de não se afastar da corrida, tendo apenas o seu treino modificado até a recuperação total. O tempo de afastamento do desporto depende de cada caso.
O diagnóstico médico é de extrema importância. Além do exame físico, os exames de imagem auxiliarão o médico a fazer o diagnóstico correto. O raio X pode mostrar lesão do osso púbis, calcificação dos tendões acometidos, osteoartrite ou instabilidade pélvica. Já a tomografia computadorizada e a ressonância magnética podem evidenciar outras causas da dor na virilha, como a existência de hérnia inguinal ou lesões musculares e tendíneas.
Tratamento
O tratamento para dor na virilha decorrente da hérnia inguinal é, na maioria das vezes, cirúrgico. Já o tratamento para pubalgia decorrente das alterações musculares e ósseas é conservador. Esse é o principal motivo de escolhermos o segundo tipo para aqui abordarmos. Além do tratamento médico, a acupuntura e a fisioterapia auxiliarão a completa recuperação.
O objetivo do tratamento fisioterápico consiste em diminuir a dor e a inflamação, aumentar a resistência do tendão ou tendões acometidos, restabelecer o equilíbrio muscular, melhorar a estabilidade do quadril e da coluna. É recomendada a aplicação de bolsa de gelo por 20 minutos no local da dor, duas a três vezes por dia, desde o início do aparecimento da dor até o final do tratamento.
– Em mais de 90% dos casos, o tratamento é clínico. Normalmente, medicação e fisioterapia resolvem
No início da patologia não se deve correr com dor. Muitas vezes, após a realização do tratamento correto, no retorno ao desporto pode acontecer um pouco de dor durante a corrida, mas essa dor pode ser descrita mais como um incomodo do que dor. A musculatura acometida precisa de um tempo de adaptação, o que justifica esse incomodo, bem diferente da dor durante a pubalgia.

A pubalgia é um grande desafio na medicina desportiva. Não é apenas um problema para ser diagnosticada, mas também de difícil tratamento. Se não tratada corretamente pode se tornar crônica e atrapalhar a vida desportiva dos atletas. É uma patologia que requer um acompanhamento multidisciplinar. Siga a orientação do seu médico e procure um profissional capacitado para acompanhar a sua reabilitação. O fisioterapeuta poderá utilizar técnicas de terapia manual e correções posturais como RPG (Reeducação Postural Global) para proporcionar uma recuperação segura e completa (sem recidivas). Dessa forma você não sentirá tantas saudades da corrida.
Verdade ou mentira?

É POSSÍVEL PREVENIR A PUBALGIA COM ALONGAMENTOS.

Verdade. Segundo especialistas, embora não haja garantia de que a lesão não aparecerá, acompanhamento profissional e preparo físico adequado, com bastante alongamento, ajudam na prevenção.

HÁ CURA PARA O PROBLEMA.

Verdade. Os médicos dizem que a pubalgia não é necessariamente um problema crônico. O paciente pode ter a lesão uma vez, fazer o tratamento adequado e não voltar a sentir dores.

APENAS HOMENS SÃO AFETADOS PELA PUBALGIA.

Mentira. Os homens, especialmente os atletas, formam a maioria dos pacientes, mas as mulheres, principalmente as gestantes, também podem ter Pubalgia.

O TRATAMENTO É LONGO E COMPLICADO.

Mentira. Quando a Pubalgia é diagnosticada no início, o tratamento pode ser rápido, feito em semanas, com medicação e fisioterapia. Em caso de lesões graves, é feita cirurgia, mas logo o paciente pode voltar a suas atividades.


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