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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Fim das lesões



A maioria dos atletas,  seja amador ou profissional, sofre com algum tipo de problema nas articulações. Os de alta performance são os mais expostos a riscos desse tipo, mas mesmo aqueles que levam os treinos a sério, por anos a fio, podem ter desgastes e dores. Segundo informações divulgadas pela Revista Brasileira de Ortopedia, quem se exercita por pelo menos 100 horas anuais, tende a sofrer pelo menos uma lesão durante este período. Mas uma técnica inédita no Brasil, a dosagem de biomarcador de lesão articular, desenvolvida pelo Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Santa Casa de São Paulo tem como objetivo diagnosticar com antecedência os desgastes nas cartilagens e articulações de atletas profissionais, e tratá-los antes do quadro se agravar e, em casos extremos, até encurtar a vida profissional do atleta.
O procedimento consiste no recolhimento de uma amostra de sangue do esportista. Feita a análise do material, é possível obter informação sobre a presença de um processo degenerativo articular precoce, podendo assim dar início um tratamento preventivo e prolongando a carreira do atleta. Em resumo, só com uma amostra de sangue é possível visualizar se o atleta está suscetível a alguma lesão bem antes dela acontecer, e tomar as medidas cabíveis de prevenção.
De acordo com o especialista em cirurgias do joelho e artroscopia Pedro Baches Jorge, muitos atletas se aposentam precocemente porque a lesão articular foi diagnosticada tardiamente. “Temos como exemplos inúmeros atletas que tiveram carreiras de sucesso abreviadas por desgaste articular precoce. Se a dosagem dos marcadores tivesse sido utilizada, tratamentos poderiam ser instituídos de forma intensiva, e suas atividades possivelmente prolongadas”.
A nova técnica já está sendo testada em vários atletas atendidos pelo Grupo do Trauma do Esporte da Santa Casa de São Paulo, incluindo jogadoras da seleção brasileira de futebol feminino e também de outras modalidades, como vôlei, natação e futsal, todos estes da equipe do município de São José dos Campos, e os resultados tem sido surpreendentes.
Por esse trabalho o Grupo foi premiado em duas ocasiões em congressos científicos nacionais, o Congresso Brasileiro de Ortopedia (SBOT) e o Congresso Brasileiro de Trauma do Esporte (SBRATE).
Para o fisioterapeuta Francisco Eduardo Ferreira de Sousa, responsável por acompanhar o tratamento dos atletas, a evolução física dos esportistas já é perceptível, pois houve diminuição na quantidade de lesões durante o ano de 2013. “Depois do início do tratamento, percebemos que os atletas se machucaram menos durante a temporada, e os problemas por fadiga muscular e tendinite também diminuíram”, afirma.
matéria publicada na ed. 16 do Jornal Corrida
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