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quarta-feira, 3 de julho de 2013

Entenda o que é a condromalacia patelar e como a musculação pode ajudar no tratamento da doença



A doença conhecida como “joelho de corredor” ou, utilizando termos médicos, condromalácia patelar é resultado do enfraquecimento e amolecimento da cartilagem.

Designada como doença crônica, a condromalácia desenvolve-se normalmente de maneira lenta, posterior a conhecida dor patelo-femural (fase que antecede a doença, propriamente dita) e no decorrer dos anos, devido ao forte estresse que tal região sofre. Aliás, o maior estresse de cisalhamento (tensão de forças que é exercida em sentidos opostos ou iguais, porém, em direções opostas e com intensidades maiores do que a superfície tensionada) ocorre justamente na patela. Desta forma, alterações biomecânicas pequenas já podem gerar um grande contratempo. Entretanto, apesar de desenvolver-se lentamente, ela pode ser muitas vezes acelerada caso haja lesões traumáticas frequentes (como no caso dos corredores, ou jogadores de futebol). Ainda no desenvolvimento da doença, ela pode ser também gerada não só por esses fatores anatômicos e biomecânicos, mas também histológicos, fisiológicos, de hábitos de vida (inclusive os alimentares) entre outros.

Outebrige, 1961 define a condromalácia em 4 graus, sendo eles o grau I, onde há apenas o amolecimento da cartilagem, grau II, onde há fragmentações e rompimentos da cartilagem inferiores a 1,3cm de diâmetro, grau III, onde há fragmentações e rompimentos da cartilagem superiores a 1,3cm de diâmetro e grau IV, onde há perda total da cartilagem, sendo assim o caso mais grave.

A condromalácia é uma doença que se desenvolve em maior freqüência nas mulheres. Em primeiro lugar, porque, naturalmente mulheres por questões hormonais possuem maior tendência a desgastes ósseos e cartilaginosos (vide a maior expressão da osteoporose no público feminino, por exemplo), entretanto, as condições anatômicas de inclinação maior que do ângulo do joelho sobrecarregam ainda mais a região. Fatores do meio ambiente, como má postura mais freqüente, utilização de alguns calçados e outros também podem iniciar/agravar essa situação.

Mas, você sabe como diagnosticar a condromalácia? Normalmente, os primeiros sintomas que, podem ocorrer em ambos os joelhos ou apenas em um é a dor ao realizar movimentos como a flexão (subir escadas, por exemplo) ou realizar impactos mais bruscos no sentido vertical ou diagonal, ardência ao ficar com o joelho flexionado (mesmo que parado) por períodos médios e/ou longos, estalos e edemas devido a derrames. Com isso, através de ressonâncias magnéticas (visto que o raio-X normalmente apresenta condições normais) é possível fazer o diagnóstico e, posteriormente um prognóstico da doença.

A condromalácia é uma doença que, assim como outra qualquer, recomenda-se que seja tratada o mais cedo possível. Mas, em especial, isso é importante não só para aliviar a dor, mas, para que a doença não progrida para um caso irreversível.

Inicialmente, durante o tratamento, normalmente faz-se compressas de gelo na região, além da utilização de analgésicos, antiinflamaórios e fitoterápicos (como a glucosamina) afim de aliviar as dores. Além disso, medidas mais drásticas e clínicas como a imobilização do(s) joelho(s) e fisioterapias, principalmente para o fortalecimento dos quadríceps podem acontecer. Outros métodos que são alternativos são a estimulação elétrica e a aplicação de ondas de calor (superficial e profundo).

Caso o quadro não melhore com o decorrer desses tratamentos, pode ser (e normalmente é) cogitados procedimentos cirúrgicos envolvendo raspagens, ou até mesmo correção, propriamente dita.

O papel que a musculação pode ter na condromalácia

Um dos principais (entre os inúmeros existentes) benefícios que não só a musculação, mas o exercício físico em si traz é o controle neuromuscular e a maior facilidade em estabilização das condições corpóreas e biomecânicas, claro, desde que praticado da maneira correta.

Entretanto, o tipo de exercício físico com maiores benefícios pode ser discutido por profissionais através da análise de cada caso individualmente, ou seja, não há um consenso do que é exatamente melhor para a condromalácia e nem tampouco para quaisquer doenças, mas sim, o que melhor se aplicará aquele caso. Além disso, devemos levar em consideração as preferências da pessoa, para que o hábito de praticar a atividade realmente aconteça e não seja interrompido pelo desânimo.

A musculação pode ser uma boa aliada na condromalácia, visto que através dela conseguimos um fortalecimento e uma hipertrofia nos quadríceps, além de reajustes posturais e neuromecânicos.

Normalmente, cada grau de condromalácia e cada caso apresentarão condições específicas para a prática de musculação, possíveis reduções de ângulos de movimentos e também retirada/adição de exercícios específicos. Por exemplo, deve-se avaliar o tipo de exercício que o indivíduo está realizando e o ângulo que melhor lhe será recomendado de acordo, por exemplo com o tipo de cadeia cinética do movimento (exemplo: cadeia cinética aberta, cadeia fechada). Exercícios de cadeia aberta, normalmente possuem maior solicitação em ângulos próximos a 50-90º e exercícios de cadeia cinética fechada em ângulos de 0-50º. Vale lembrar que, apesar de buscarmos recrutamentos específicos a compressão no local não deve ser alta e intensa demais.

A promoção no aumento de níveis hormonais responsáveis por síntese e, também pelo estímulo que a ciência vem provando que existe nos ossos e cartilagens através da sobrecarga também pode ser uma hipótese a ser cogitada quando o assunto é a musculação, visto seu poder de aumentar a intensidade com que esses processos ocorrem.

Politicamente, não podemos permitir que um paciente que possua condromalácia realize alguns tipos de movimentos e técnicas, entretanto, não é comum que atletas de específicas modalidades costumem fazer alguns tipos de testes em si mesmos buscando alguma resposta otimizada. Entretanto, isso pode ser arriscado e agravar ainda mais a situação.

Por fim, a busca por orientação médica ortopédica, bons orientadores físicos e, claro, uma nutrição adequada, possibilitam não só uma ótima prevenção ou tratamento da doença, mas fazem da musculação algo mais seguro e individual, otimizando cada vez mais os resultados.

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