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quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

RMA: alívio para dores e lesões


Já imaginou como seria se um pequeno esparadrapo pudesse acabar com aquela dor que há muito o perturba? Pois, acredite, o RMA alivia as dores e promove o bem-estar utilizando apenas essa ferramenta. Saiba mais sobre o método


Seja tendinite, bursite ou trauma causado por uma pancada, conviver com uma dor, qualquer que seja ela, anula as possibilidades de se ter qualidade de vida. Ações que antes eram simples, como escrever uma carta, digitar um e-mail ou descer os degraus da escada, tornam-se verdadeiros desafios.

Entretanto, todo esse sofrimento pode ficar para trás. Além da medicina tradicional, cada vez mais surgem terapias alternativas para ajudar no combate a problemas relacionados ao sistema músculo-tendinoso, muito recorrentes. Desde 2000, foi configurada como forma de tratamento a Reprogramação Músculo-Articular, a RMA. À primeira vista, o nome pode assustar, ainda mais quando se conhece a técnica. Mas os especialistas garantem: o método é eficiente, tanto que já foi reconhecido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

O RMA corresponde a um tratamento cuja principal ferramenta é um esparadrapo em forma circular com dois centímetros de diâmetro. Não vá pensando que qualquer esparadrapo pode resolver o problema. Esse pequeno adesivo não é comprado em farmácias. O material, que é hipoalergênico, de espuma maleável e formato especial para esse método, recebeu o nome de célula programada. E mais: apenas profissionais da saúde devem aplicá-lo, mesmo porque conhecimentos em Anatomia, Fisiologia, Patologia e Biomecânica são essenciais. Até aí, tudo bem. Mas como um pequeno esparadrapo é capaz de trazer tantos resultados positivos?

Informantes do cérebro
O método RMA foi desenvolvido com base em pesquisas realizadas no Japão por meio de terapias como a acupuntura, aplicações de bandagens elásticas, além da fisioterapia, Kabat, Reeducação Postural Global (RPG), entre outros. “Esse método reprograma as cadeias musculares e articulares por meio de estímulos que visam o equilíbrio de um determinado grupo de estruturas do sistema músculo-esquelético que não estejam funcionando em harmonia”, explica Ricardo Giglio, responsável pelo desenvolvimento do método no Brasil e fisioterapeuta especializado em Acupuntura e Fisioterapia Traumato-Ortopédica Funcional, da Clínica TAO, em São Paulo.

O método funciona baseado em duas informações transmitidas ao sistema nervoso: a primeira é a proprioceptiva, aquela que vem de dentro do organismo. Refere-se às informações que todas as nossas estruturas enviam constantemente ao cérebro. Ou seja, quando há um músculo mais rígido a um movimento, por exemplo, o sistema nervoso começa um trabalho de proteção da região para evitar possíveis lesões. Se o corpo não dá conta, aí começam a surgir as dores, que são manifestações de que há algo errado.

É nessa hora que entra o RMA, fornecendo a segunda informação ou exteroceptiva, a que vem de fora do corpo, ou seja, dos esparadrapos, que estimulam receptores relacionados ao tato. Nesse caso, o resultado obtido é inversamente proporcional: “Quanto menor o estímulo, maior é a área cerebral incumbida de processá-lo”, explica Giglio. “É como imaginar uma mulher com um vestido longo. É fato que o vestido está ‘tocando’ quase que a pele do corpo todo, porém o exato local onde se encontra a etiqueta do dele é que a incomoda. Se ela retirar a etiqueta sentirá um grande alívio”, afirma o fisioterapeuta.

Dessa forma, o pequeno esparadrapo aderido superficialmente à pele é responsável por relembrar o sistema nervoso de que alguma estrutura abaixo da pele está mais tensa, sobrecarregada e é preciso providenciar esse distensionamento. “A colagem dos esparadrapos contribui para promover uma ação do sistema nervoso em enviar uma resposta que normalize o estado de tensão dessas estruturas, balanceando um conjunto de peças musculares e articulares”, conclui o fisioterapeuta.

Tratamento global
Depois da avaliação de cada paciente, são determinados os pontos de tensão que ocasionam a dor e inseridos os esparadrapos. Assim, a ação desses “curativos” ao ficarem em contato com a pele estimula os receptores a enviar mensagens ao sistema nervoso, avisando que existe sobrecarga na região. A captação e a retransmissão das mensagens ao cérebro demoram, em média, entre 48 e 72 horas, o tempo de adaptação ao novo estímulo. Algumas sessões depois, já são constatados os resultados. Não há uma regra de quantos esparadrapos utilizar, em que sentidos ou regiões do corpo. Cada tratamento é global e individual: “A função da RMA não é aliviar a dor, pois ela surge normalmente como conseqüência, um alarme informando que algo está funcionando de maneira inadequada. Portanto, temos como objetivo corrigir o sistema como um todo e, assim, obter a melhora do quadro clínico do paciente”, explica Giglio.

O esparadrapo será colocado só quando descoberta a origem da dor. Por exemplo, se o paciente sentir o desconforto nos ombros, existe a possibilidade de que o desequilíbrio esteja localizado na base da coluna, ou seja, na região lombar. Mais um dos benefícios das terapias alternativas, simples e eficaz, como um esparadrapo.


Texto • Renata de Salvi e Renata Rossi

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