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quinta-feira, 27 de julho de 2017

A importância da liberação miofascial



Pra quem ainda fica curioso ao ver os praticantes de CrossFit passando um “rolo de pizza” no corpo, saiba que essa técnica é o grande segredo para a prevenção de lesões musculares e alívio das dores musculares, quando treinamos intensamente. Aqueles são sticks ou os rolos de liberação miofascial.
A liberação miofascial consiste em um método de aplicação de pressão em alguns pontos do corpo, com o intuito de amassá-los, literalmente, buscando uma maior liberdade entre o músculo e a fáscia (FUKUJIMA, 2007). A fáscia é uma lâmina de tecido, extremamente resistente e elástica, que recobre todos os músculos do corpo, logo abaixo da pele, e permite o deslizamento perfeito dos músculos durante os exercícios. Ao pé da letra, mio = músculo; fáscia = tecido conectivo. Por isso, miofascial.
Quando me perguntam se é normal doer quando faz a liberação? Respondo sinceramente que sim. Mas explico que a pressão da liberação é uma “dor boa”, pois está efetivamente liberando a fáscia dos pontos de tensão, estimulando a circulação local e ofertando oxigênio para a mesma. E pode ter certeza que, quando finalizada, provoca um grande alívio. O que acho mais interessante é que recebo diariamente no consultório, diversos desportistas que apresentam dores persistentes e sem diagnóstico informado pelo médico, já que muitas vezes os exames de imagem se apresentam normais. Na sua grande maioria, além de disfunções nas articulações, o que mais acontecem são restrições de movimento por problemas na fáscia (LEVY, 2001).
Não é à toa que nas maiores competições mundiais, como nos Jogos Olímpicos, facilmente visualizamos as grandes seleções ofertando no aquecimento com os seus terapeutas e preparadores físicos, atividades de liberação e auto-massagem. Os rolos e sticks já são instrumentos obrigatórios e inseparáveis dos atletas de elite.
O uso exagerado da musculatura, maus hábitos posturais, padrão de movimento incorreto e até mesmo desgastes emocionais e estresse podem levar a uma alteração prejudicial da fáscia, resultando em uma pressão excessiva sobre os nervos e músculos (LEITE, 2008). Isso faz com que o nosso corpo reaja formando nódulos, que são chamamos de pontos gatilhos (trigger points). Esses pontos acumulam toxinas e prejudicam o bom funcionamento do sistema musculoesquelético, alteram a coordenação, a flexibilidade e a força muscular, mais uma vez formando uma bola de neve que certamente vai culminar no aparecimento de lesões, e impedir o desempenho no treinamento físico e o bem estar em geral.
Geralmente, indico a liberação miofascial no pré-treino (pode ser a auto-liberação, na qual a própria pessoa executa), para aumentar a mobilidade articular, favorecendo uma melhor execução dos movimentos e diminuindo a sobrecarga e tensão músculo-articular. Nesse momento, não precisa ter pena e a pressão pode ser suficiente para causar a dorzinha boa.  Já no pós-treino, também é muito bem vindo,  já que faz com que o praticante saia do treino com a musculatura relaxada.
Independente do esporte ou atividade física que você pratique, crie o hábito de ofertar o máximo de conforto e segurança, deixando os músculos sempre livres de impedimentos ou dores, através da auto liberação, seja com a mão, seja com uma bolinha de tênis ou rolos específicos. O que importa é proteger-se sempre e se afastar das possibilidades de lesões.


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