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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Massagem e Educação Fisíca


Na sociedade ocidental, em virtude do frenético ritmo de vida das grandes cidades e das diversas implicações que isso traz, as pessoas têm procurado cada vez mais o recurso das terapias corporais alternativas para aliviar as tensões do dia-a-dia e o estresse e até para auxiliar em tratamentos clínicos.

Existem inúmeros tipos de terapias e de práticas corporais alternativas, algumas delas milenares, que buscam desde a cura de doençase o bem-estar, como é o caso da acupuntura, da fitoterapia, da massagem, até o equilíbrio e a harmonia espirituais, como é o caso do tai chi chuan, da yoga e da meditação.

Vamos abordar somente a massagem, pois além de ser uma das mais antigas práticas, possui diversos tipos de técnicas, sendo, por si só, muito abrangente.É um fato que a massagem, em toda a sua multiplicidade, traz muitos benefícios ao indivíduo tanto no aspecto físico quanto no mental e emocional - visto que não constitui uma técnica com movimentos predeterminados visando apenas ao relaxamento muscular.

Segundo Schneider (1995, p. 151): “massagem é uma boa ocasião, um belo presente, um gesto de amor e um instrumento de cura. Pode tornar todas as outras práticas de saúde - nutrição, exercício, mesmo a psicoterapia - mais eficazes”. Quando fazemos massagem (aplicando ou recebendo), há um relacionamento com a outra pessoa por meio da pele, do tato e do toque, despertando, dessa maneira, vários tipos de sensações por todo o corpo. Segundo Montagu (1988, p. 21): “a pele é o mais sensível e antigo de nossos órgãos, nosso primeiro meio de comunicação, [...] é o órgão que põe o indivíduo em contato com o mundo e o mundo em contato com o indivíduo”.Tomando isso como base, podemos constatar que a massagem como recurso alternativo é de suma importância para trabalhos de consciência corporal, de autoconhecimento e de auto-organização.

Levando-se em consideração o campo de atuação da Educação Física no que diz respeito à cultura corporal (de movimento) e à formação integral do indivíduo, surge uma questão sobre a importância da massagem para a formação desses profissionais, já que estudos comprovam que a massagem pode contribuir para a melhoria da flexibilidade, da circulação sanguínea, da qualidade de movimentos, além de aliviar dores e de proporcionar o relaxamento muscular, podendo constituir um instrumento de grande valia nas diversas áreas de atuação do profissional de Educação Física.

Porém, dados apresentados por Lorenzetto e colaboradores (2002), obtidos em cursos de especialização na área pedagógico-terapêutica, mostram que apenas 1 entre 20 fisioterapeutas e 6 entre 24 terapeutas ocupacionaisreceberam orientações acadêmicas sobre massagem, e que no campo da Educação Física a situação é ainda pior, pois, apesar da importância que a prática da massagem pode representar para esses profissionais, esta muitas vezes é vista como um tabu, sendo poucas as universidades que se preocupam em viabilizar seu conhecimento nos cursos de graduação em Educação Física.

Pode-se atribuir a isso o fato de tão poucos profissionais da área se preocuparem em instrumentalizar tais técnicas, visando à melhoria das condições físicas e mentais de seus alunos ou atletas, e conseqüentemente a melhoria de seu trabalho. Isso posto e considerando que a massagem constitui um meio para melhora do autoconhecimento do indivíduo e que a sua informação pode dar muitas contribuições para os profissionais que trabalham com a questão da corporeidade, inclusive de Educação Física.

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