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segunda-feira, 17 de novembro de 2014

O que é o ácido láctico?


O que é o ácido láctico?
O ácido láctico é um ácido monocarboxílico que, no organismo humano, resulta da metabolização celular da glicose com fins energéticos. Falamos habitualmente do ácido láctico quando falamos da prática de exercício físico. À semelhança dos restantes cetoácidos do metabolismo energético, também o ácido láctico tende, no ambiente celular, a perder um ião hidrogênio a transformar-se em lactato. Por essa razão, do ponto de vista fisiológico, faz mais sentido falar-se em lactato do que em ácido láctico.
Como se forma? Onde se acumula?
Para uma célula, do ponto de vista energético, é muito vantajoso metabolizar a glicose até dióxido de carbono (CO2) e água (H2O), porque daí obtém uma boa quantidade de energia química. A primeira fase desta via metabólica, que dura até à formação de piruvato (um cetoácido), ocorre no citosol (porção líquida solúvel do citoplasma das células), gera pouca quantidade de energia por molécula de glicose, mas tem a particularidade de ser muito rápida. A segunda fase ocorre na mitocôndria, local onde o piruvato é totalmente oxidado até CO2 e H2O e dá origem a uma grande quantidade de energia, mas ocorre de uma forma muito lenta. Apesar destas duas fases, normalmente, surgirem em sequência, nem sempre o piruvato, formado no citosol, entra na mitocôndria para seguir a segunda fase da via metabólica. De facto, em situações de disfunção mitocondrial ou de maior exigência energética por unidade de tempo, algumas células, nas quais se incluem as fibras musculares esqueléticas, optam por fazer uma quebra entre as duas fases da via metabólica energética, transformando, no citosol, o piruvato em lactato, por ação da enzima Lactato Desidrogenase. Este "desvio" do piruvato para lactato permite que a fase rápida, citosólica, possa ocorrer de forma independente da fase lenta mitocondrial. Assim, a produção de lactato por uma célula, que nesta situação deve ser considerado como um seu produto final do metabolismo, serve apenas o fim de dissociar as duas fases do metabolismo da glicose. Com esta estratégia, apesar de retirar menos energia por molécula de glicose, a célula consegue fazer muitas fases rápidas citosólicas enquanto ocorre uma fase lenta, isto é, consegue, durante um curto período, degradar muitas moléculas de glicose por unidade de tempo e, dessa forma, gerar grande quantidade de energia por unidade de tempo e, assim, fazer face a situações de maior exigência energética, como aquelas que ocorrem com exercícios físicos intensos.

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